UFPE inaugura marco memorial em homenagem ao padre Henrique, mártir da ditadura militar
A homenagem é mais um gesto de resgate histórico e de justiça simbólica à memória do jovem sacerdote, que foi auxiliar direto de dom Hélder Câmara
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP) realizam, nesta quarta-feira (28), às 9h30, na Praça da Liberdade, no Campus Recife, a cerimônia de inauguração do marco memorial em homenagem ao padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto, assassinado brutalmente pela repressão durante a ditadura militar.
A solenidade integra o Projeto História nas Paredes e contará com a presença do reitor da UFPE, Alfredo Gomes, e do presidente do IAHGP, George Cabral, também professor do Departamento de História da universidade.
A homenagem é mais um gesto de resgate histórico e de justiça simbólica à memória do jovem sacerdote, que foi auxiliar direto de dom Hélder Câmara na luta pelos direitos humanos e contra os abusos do regime militar.
Em maio de 1969, com apenas 28 anos, padre Henrique foi sequestrado, torturado e morto por integrantes do Comando de Caça aos Comunistas e por agentes da polícia civil de Pernambuco. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte ao desaparecimento, nas imediações do atual Colégio Militar do Recife, dentro do campus universitário.
Instalado na Praça da Liberdade, localizada na Avenida dos Reitores, o marco memorial é composto por um painel de azulejos que rememora a trajetória e o martírio do padre. Em destaque, o texto reproduzido na peça remonta o impacto de seu velório, lembrado pelo próprio dom Hélder: “No dia de seu sepultamento, no Cemitério da Várzea, dom Hélder conclamou a multidão a promover um silêncio profundo. Anos depois, declarou: ‘era um silêncio que gritava’. Passados 56 anos, a memória do padre Henrique permanece viva, inspirando todos aqueles que lutam pela causa dos direitos humanos neste país.”
A iniciativa reúne apoio de diversas instituições comprometidas com a preservação da memória e a promoção da justiça, entre elas o Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec), a Secretaria de Direitos Humanos e Juventude e a Comissão de Direitos Humanos Dom Helder Câmara.