Procedimento remove miomas sem deixar cicatrizes
A embolização uterina é um procedimento minimamente invasivo e que possui uma variedade de outros benefícios
Miomas uterinos são tumores benignos que podem crescer na superfície externa, na parede do útero e na sua camada mais interna. Apesar de geralmente serem assintomáticos, cerca de 30% dos casos podem levar ao sangramento menstrual intenso, aumento de volume do abdômen, infertilidade e aborto.
Uma das maneiras mais eficazes e menos invasivas de tratar um mioma é através do procedimento cirúrgico chamado embolização das artérias uterinas. A partir da introdução de um catéter na artéria femoral – localizada na coxa direita, perto da virilha –, o cirurgião consegue acessar a artéria uterina que alimenta o tumor.
Então, é realizada a liberação de partículas de uma substância que entope o fornecimento de sangue ao mioma, provocando assim a sua isquemia (falta de oxigênio e nutrientes) e sua expressiva redução de volume.
Rafael Lins, cirurgião vascular do Hospital Jayme da Fonte, conta que os riscos atrelados a este procedimento são menores se comparados a uma cirurgia convencional: “O risco de infecção da ferida operatória, já que é só uma punção, é bastante reduzido.
Por se tratar de um procedimento bem menos invasivo, a pessoa pode ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte. Ele não deixa cicatriz, não abre a barriga, a paciente não perde o útero e nem fica com aquela fragilidade pélvica após uma histerectomia (retirada do útero)”, pontua o especialista.
Como este procedimento leva à obstrução do fluxo sanguíneo que estaria nutrindo uma parte do útero, algumas pacientes relatam um pequeno desconforto no pós-cirúrgico. Quando o coração sofre uma isquemia, por exemplo, a pessoa infarta e sente uma dor no peito. A embolização induz algo parecido, numa proporção menor e, por isso, a paciente pode sentir cólicas no pós-operatório.
No entanto, essa técnica não pode ser utilizada em casos cancerígenos devido a necessidade de ter uma maior margem de segurança. “A doença maligna é tratada de forma diferente da benigna. Nós não podemos correr o risco de deixar o tumor dentro do paciente. Temos que retirá-lo para que não haja reincidência da doença. Não temos direito a uma segunda chance”, finaliza.
Próximo ao marco de 70 anos, o Hospital Jayme da Fonte inaugurou seu novo centro cirúrgico, possibilitando mais conforto e segurança nos procedimentos realizados na unidade, com espaço para videocirurgias e cirurgias neurológicas de grande porte, sistema de anestesia que monitora a dosagem dos medicamentos e mesas especiais para obesos mórbidos.