Dani Lins se diz renovada após derrota no Jogos do Rio e evita projetar futuro na Seleção
Apesar da serenidade, jogadora não esconde que ficou abalada com eliminação
"Fui muito bem recebida, bem acolhida. Consegui me recuperar rápido devido às mensagens de força. O que trago de experiência é que a gente tem de lutar até o fim, mesmo se não conseguir tem de ter na cabeça que deu seu máximo", afirmou. E garantiu. "Venho fortalecida, com espírito novo. É uma equipe jovem, vi que o clima está muito bom, vim com a cabeça boa."
No clube, a liderança de Carol Albuquerque, campeã olímpica em Pequim-2008, tem sido importante no retorno de Dani Lins para o time de Osasco. "A Carol teve um papel importante, tem comandado bem a nossa equipe, faz com que a Dani chegue e consiga ir se adequando. A Dani está tranquila, tem uma vida fora da quadra bem estabilizada também", afirmou Luizomar.
Apesar da serenidade, a jogadora não esconde que ficou bastante abalada com a queda precoce no Maracanãzinho. Sem dormir na noite da eliminação, voltou para casa com um casal de amigos às 6 horas da manhã do dia seguinte e não segurou o choro ao reencontrar o marido Sidão, central do Sesi-SP. O casal tirou alguns dias de folga e viajou para a Disney, na companhia de Adenízia e do namorado.
Mesmo com a "semana mágica" nos Estados Unidos, não se desligou completamente do vôlei e, vez ou outra, a jogadora reviveu na memória alguns lances. "Deitava e imaginava momentos do jogo. O Sidão perguntava o que eu tinha e me dizia: 'Eu sei que é difícil. Mas tenta esquecer um pouco.' Ele tentava me deixar sempre para cima. E ninguém melhor do que ele para saber tudo o que passei", contou.
"Cérebro" da seleção brasileira, Dani Lins admite que a pressão foi grande durante os Jogos do Rio. A tensão lhe rendeu até consequências físicas. "É um estresse muito grande. Meu cabelo estava caindo muito na Olimpíada, acho que por nervosismo e ansiedade."
Enquanto jogadoras como Fabiana e Sheilla deram a carreira na equipe nacional como encerrada, a levantadora prefere deixar o futuro em aberto. "Está ainda em estudo, gostaria de continuar mais um ciclo se meu físico deixar, se meu psicológico deixar, se me convocarem, depende muito de como vou estar e se vou conseguir mais quatro anos. Gostaria de continuar, se isso for possível", explicou.
Em sua terceira temporada consecutiva com a camisa do time de Osasco, Dani promete se dedicar ao clube e à família. "Tem de descansar um pouco de seleção, curtir o Sidão, minha cachorrinha nova, o time. Mais para frente, em abril ou maio, começo a pensar nisso", projetou. A maternidade é outro assunto que será discutido em breve. "A gente sonha em aumentar nossa família, sou mãezona, vamos ver como vai ser na Superliga, ano que vem, a gente tem de planejar direitinho."