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Dia de esquecer a amizade
Duelo entre cubanos é uma das atrações do clássico entre Cruzeiro e Minas, que abre as semifinais da Superliga Masculina. Hoje, é cada um para seu lado
Eles viveram a mesma situação antes de vir para o Brasil: passaram dois anos sem poder jogar e sem trabalhar em seu país, cumprindo a exigência do governo cubano para que conseguissem um visto de saída. Todos os atletas cubanos que deixaram o país para jogar no exterior viveram isso. Um dos casos mais conhecidos é o da ponteira Herrera, que ainda está em BH e chegou a trabalhar por dois anos no serviço de imigração do aeroporto de Havana.
Leal veio primeiro. Chegou ao Brasil em 2010, depois de ter defendido a seleção de seu país. Aliás, o fato de ter jogado na Seleção e não ter disputado uma Olimpíada, é de triste lembrança para ele: “Cuba não conseguiu a classificação para os Jogos de Pequim. Treinamos por quatro anos para nada. Para mim, é como se fossem quatro anos perdidos. Depois, resolvi que queria sair. Parei por dois anos. Não fiz nada. Sequer corria ou fazia qualquer tipo de treinamento. Consegui vir para o Cruzeiro, a convite do técnico Marcelo Méndez.”
LONGE DOS FILHOS Escobar viveu uma situação diferente, pois era jogador de praia. Chegou a disputar uma vaga para os Jogos de Londres’2012, mas não conseguiu. “Eu joguei na quadra quando era infanto. Depois resolvi ir para a praia. Parei para poder sair. E vim para o Minas, onde sou muito feliz.”
As coincidências das carreiras dos dois não param por aí. Quando Escobar veio para o Brasil, deixou a mulher Sheilla, grávida, e um filho, Yohandre, hoje com três anos, para trás. O segundo filho, Juan Carlo, com dois anos, nasceu e Leal estava no Brasil. Só o conheceu por fotos. Depois de cinco meses, com o fim da Superliga, ele pode voltar a Cuba e o conheceu. Na volta para o Brasil, trouxe a mulher e os filhos. “Gostamos muito do Brasil e de Belo Horizonte.”
Pois Escobar, que é casado com uma jogadora de praia, Onayames, de 23 anos, ainda não conhece a filha, Lia, de cinco meses, que está em Cuba. “Estamos juntos há oito anos. Quero muito estar com ela. Isso vai acontecer no meio do ano, no final da Superliga, quando vou voltar a Cuba. Pretendo trazê-la para cá, com a Lia.”
Os planos de Escobar têm como exemplo os passos do amigo Leal. Aliás, os dois são ótimos amigos, unânimes no sonho de, com a perspectiva de abertura na ilha caribenha, terem novamente a chance de defender seu país. “Saímos sempre juntos. Praticamente nos vemos todos os dias”, diz Leal, que brinca com o amigo: “Eu vou sempre aos jogos dele e depois, damos uma saída. Ele não vai nos meus, porque não tem carro”, alfineta.
Escobar aceita a provocação e diz que é mentira, pois foi a uma partida contra o UFJF, junto com um amigo. E diz: “Contagem é muito longe daqui. Fica difícil.”
Já sobre o jogo e o fato de se enfrentarem, se mostram políticos. Praticamente não falam nada. “Que vença o melhor e espero que seja eu”, diz Leal. Já Escobar, nem isso: “Vamos ver o que vai acontecer”.
Cruzeiro x Minas
(primeiro jogo do playoff semifinal)
19h (Sportv)
Local: Poliesportivo do Riacho
Ingressos esgotados
AS ARMAS DE CADA UM
CRUZEIRO
Eficiência de Wallace
Oposto marcou 331 pontos e é o quarto pontuador da Superliga.
Tempo no comando
O técnico argentino Marcelo Méndez está à frente do time há seis anos e levou o grupo a 11 títulos.
Base forte
Douglas Cordeiro, Wallace, William, Filipe e Serginho atuam juntos desde 2011.
Eficiência
Melhor ataque da fase de classificação, com 41,10% de aproveitamento.
Defesa
O líbero Serginho é o melhor na competição.
MINAS
Escobar
Com 412 pontos, cubano é o maior pontuador da Superliga.
Comandante
Em sua primeira temporada no comando do MTC, Nery Tambeiro conseguiu fazer mais do que times com orçamento bastante superior
Pratas da casa
Os meios de rede Otávio e Flávio foram formados no Minas, assim como o ponteiro Samuel.
Ataque
Quinto melhor da competição, com 32,48% de eficiência.
Líbero
Lucianinho é o segundo melhor defensor da competição.
Enquanto isso...
Jaqueline ainda é dúvida
O Minas embarcou ontem, no começo da tarde, para Uberlândia, onde amanhã acontecerá o primeiro jogo da melhor de três com o Praia, pelas quartas de final da Superliga Nacional Feminina de Vôlei. Os últimos três dias foram de grande apreensão no clube, já que a ponteira Jaqueline sequer treinou, em função de uma infecção na garganta, que provocou febre e vômito. Ontem ela esteve cedo no clube, para realizar exercícios físicos. À tarde viajou com o time, mas segue como dúvida. Sua escalação, segundo o técnico Marcos Queiroga, depende de um exame médico que será feito amanhã de manhã, antes da partida, marcada para as 13h. Se Jaqueline não jogar, o treinador deslocará Carla, que vem jogando de oposto, para sua posição original, e escalará Juliana ou Lia em seu lugar. (ID)