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Opinião: os Patriots serão campeões da próxima temporada da NFL
Temporada de futebol americano começa com o time de Tom Brady enfrentando o de Cairo Santos
Sete meses, 214 dias, 5.136 horas, 308 mil minutos. Conte como quiser, setembro chegou. É nesta quinta-feira (7/9), às 21h30. A contagem regressiva que começou em 5 de fevereiro finalmente chegará ao fim. A National Football League (NFL) está de volta. O chute será dado, a bola oval vai subir e os protagonistas são os mesmos que encerraram o derradeiro ato com o maior milagre da história do futebol americano. Contra o Kansas City Chiefs, do brasileiro Cairo Santos, o New England Patriots abrirá a temporada 2017/18 com a expectativa de conquistar o hexacampeonato e igualar o maior campeão da NFL, o Pittsburgh Steelers.
O favoritismo do time de Boston, o atual vencedor, é amplo. Uma das principais casas de apostas americanas, a Westgate Las Vegas, paga US$ 4,25 a cada US$ 1 apostado na conquista dos Patriots. O palpite no Green Bay Packers, o segundo mais cotado, renderá quase o dobro — US$ 8. Isso para título, porque a presença de Tom Brady em seu oitavo Super Bowl é dada como praticamente certa. Dos cinco confrontos mais prováveis da decisão, New England está em todos eles. O duelo mais provável, segundo Las Vegas, é contra o Dallas Cowboys, time mais popular dos Estados Unidos.
É difícil encontrar motivos para discordar dos apostadores. Seja a lesão do principal recebedor do time, Julian Edelman, seja a foto de Tom Brady na capa de Madden, o jogo oficial da NFL, qualquer argumento contra os atuais campeões parece raso ou insignificante. O fato é que, ao contrário do que costuma acontecer de uma temporada para a outra — e do que a NFL tenta promover com as regras do draft invertido e o teto salarial -, o atual campeão não perdeu peças importantes, conseguiu se reforçar e vem ainda mais forte para 2017/18.
O responsável por isso é o maior treinador e gerente geral da história do futebol americano: Bill Belichick. Ciente de que contará com a genialidade do maior quarterback de todos os tempos por mais poucos anos, Belichick entregou nas mãos do seu pupilo quarentão — fique tranquilo, não o chamarei de marido da Gisele Bündchen — tudo o que de melhor havia disponível. Como? Simplesmente resgatando uma forma revolucionária de atuar no draft usada há quase 50 anos por George Allen, gerente do Washington Redskins em 1971.
Antes mesmo de oprocesso de seleção dos calouros começar, no período de agentes livres, Bill foi ao mercado e trocou a incerteza da aposta em jovens universitários - e em escolhas altas, já que o time é o atual campeão — pela experiência de jogadores já consolidados na liga, que estavam em fim de contrato ou infelizes em seus times. Em Washington, a estratégia ousada de Allen levou os Redskins à primeira disputa de Super Bowl — acabaram derrotados pelo campeão invicto daquele ano, Miami Dolphins. Em New England, o título parece ser apenas questão de tempo.
Assim, a primeira escolha do draft de 2017 deu a Brady o principal recebedor do New Orleans Saints, o wide receiver Brandin Cooks. A segunda rendeu à defesa o jogador de linha Kony Ealy, então defensive end do Carolina Panthers — Ealy acabou cortado antes mesmo da temporada começar e jogará pelo New York Jets; nem tudo é céu ou inferno. A quarta escolha foi vendida para o Indianapolis Colts em troca de Dwayne Allen, principal tight end do time em 2016 e que chega para repor a saída de Martellus Bennett, que foi para o Green Bay Packers. Por fim, a quinta escolha trouxe o running back Mike Gillislee do Buffalo Bills, que deve ser o principal corredor dos Patriots em 2017. Aliado a tudo isso, New England ainda reforçou a secundária defensiva com Stephon Gilmore, “apenas” o melhor cornerback disponível na free agency.
Como articulador audacioso, Bill Belichick abriu mão do futuro da franquia pentacampeã para fazer do presente já histórico ainda mais emblemático. A estratégia tem tudo para dar certo, e é cada vez menos provável que Pittsburgh siga sentado no Trono de Ferro dos Super Bowls.
Maiores campeões da Era Super Bowl
Pittsburgh Steelers — 6 títulos (1974, 1975, 1978, 1979, 2005 e 2008)
New England Patriots — 5 títulos (2001, 2003, 2004, 2014 e 2016)
San Francisco 49ers — 5 títulos (1981, 1984, 1988, 1989 e 1994)
Dallas Cowboys — 5 títulos (1971, 1977, 1992, 1993 e 1995)
Green Bay Packers — 4 títulos (1966, 1967, 1996 e 2010)
New York Giants — 4 títulos (1986, 1990, 2007 e 2011)
*Estagiário sob a supervisão de Braitner Moreira