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O rugby vai conhecer seu primeiro tricampeão mundial neste sábado: Nova Zelândia ou Austrália

Pela primeira vez, os grandes rivais da Oceania fazem a decisão do título

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Neste sábado (31), o estádio de Twickenham, templo sagrado do rugby inglês, vai ser palco de um feito duplamente histórico. O santuário do rugby vai ver a primeira final da Copa do Mundo do esporte entre os grandes rivais da Oceania: Nova Zelândia e Austrália. Como se isso não bastasse, All Blacks e Wallabies vão decidir quem vai se tornar o primeiro tricampeão mundial da categoria. É como se Brasil x Argentina tivessem decidido, em pleno Maracanã, a Copa do Mundo FIFA 2014. Uma partida de ânimos exaltados e nervos à flor da pele: uma decisão entre irmãos que travam uma disputa constante para provar quem é melhor que o outro. O embate se inicia às 13h (horário do Recife).

Neozelandeses e australianos são duas das três maiores potências do rugby mundial, ao lado da África do Sul - não por acaso, todas bicampeãs mundiais. Apesar da enorme tradição das duas seleções da Oceania, elas jamais haviam se encarado em uma final de Copa do Mundo. Ambas chegam, em 2015, à quarta decisão de suas histórias. E, finalmente, vão decidir entre si o título mundial. O favoritismo, pelo que mostra o retrospecto do confronto, é dos All Blacks.

Os rivais já se enfrentaram 154 vezes. A Nova Zelândia venceu nada menos que 105 partidas, empatando sete e perdendo apenas 42. A supremacia neozelandesa se reflete, naturalmente, na simbólica Bledisloe Cup - um troféu disputado desde 1931, que se tornou anual desde 1982 e que leva em conta os confrontos entre All Blacks e Wallabies ao longo de um ano (com exceção da Copa do Mundo). Em 55 taças disputadas, a Nova Zelândia levou a melhor em 43, incluindo todas desde 2003. Nas últimas cinco partidas disputadas, os neozelandeses venceram três, houve um empate e Austrália ganhou somente uma.

A superioridade da Nova Zelândia é tão grande e sua marca de maior seleção do rugby mundial incomoda a tal ponto que os australianos estão proibidos de se referir ao rival pelo apelido de All Blacks. Veem como se fosse uma demonstração de ainda mais respeito pelo adversário. Isso porque, no entendimento dos Wallabies, o nome pelo qual os oponentes são mundialmente conhecidos se trata de uma forma de exaltação ao time neozelandês. Por isso, treinador e jogadores - bem como grande parte da imprensa australiana - só tem se referido aos rivais pelo nome do país.

Falando em predomínio, tem, também, o incômodo causado pela famosa haka dos All Blacks - danças típicas dos maoris (tribos que habitavam a Nova Zelândia antes da chegada dos colonizadores britânicos) que são realizadas antes de todas as partidas. A cerimônia, digamos assim, foi realizada pela primeira vez em 1903. E aconteceu justamente antes do primeiro confronto da história entre neozelandeses e australianos. O grito de guerra cantado na ocasião até hoje não pega bem entre os Wallabies: “Como vai Canuguru? / Preste atenção, Canguru! / A Nova Zelândia está invadindo! / Coitados de vocês!”. Isso em plena Austrália. E aquela turnê de 10 jogos terminou com 10 vitórias dos All Blacks.

Campanhas perfeitas
Os dois times chegam à final com credenciais para levarem a taça Webb Ellis com plena justiça. Ambos têm 100% de aproveitamento. E para figurarem entre os dois finalistas, passaram por adversários difíceis. Dentre as seis vitórias da Nova Zelândia na competição, contam-se os triunfos sobre a Argentina - 26 a 16 - na fase de grupos, o atropelamento da tradicional e atual vice-campeã França nas quartas de final (62 a 13) e o suado embate com a favorita África do Sul (20 a 18). No total, os All Blacks somaram 256 pontos e marcaram 36 tries (média impressionante de seis por jogo).

Os números dos Wallabies ficam um pouco atrás, mas não muito. Para chegarem às seis vitórias, os australianos somaram 205 pontos e marcaram 26 tries (média de 4,33 por partida). O que engrandece a trajetória da Austrália foi o fato de ter terminado no topo do chamado grupo da morte, batendo os favoritos donos da casa da Inglaterra (33 a 13) e o promissor time do País de Gales (15 a 6). Curiosamente, seu jogo mais complicado foi nas quartas de final, em que bateu uma surpreendente Escócia apenas no último lance de um confronto espetacular: 35 a 34.

As finais dos All Blacks

Campeões

1987
Nova Zelândia 29x9 França

2011
Nova Zelândia 8x7 França

Vice-campeões

1995
África do Sul 15x12 Nova Zelândia

2
títulos

1
vice-campeonato

As finais dos Wallabies

Campeões

1991
Austrália 12x6 Inglaterra

1999
Austrália 35x12 França

Vice-campeões

2003
Inglaterra 20x17 Austrália

2
títulos

1
vice-campeonato