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Esgrimista Rayssa Costa vai ao Pan com chance de medalha para Brasília

Esperando pódio em Toronto, atleta elenca EUA e Venezuela como rivais

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Sedentarismo nunca existiu na vida da brasiliense Rayssa Costa. Logo aos 3 anos, já tinha medalha de ouro na natação. Mas a menina não durou muito nas piscinas. Ainda na infância, iniciou a vida no balé, que praticou até os 14. “Só não posso me considerar ‘formada’ porque não fiz a prova teórica, mas passei nas práticas”, conta a jovem, 24. E ela só cabulou o exame que lhe daria o título de bailarina porque um esporte apareceu para torna-se uma paixão: a esgrima, descoberta por ela em uma triagem multiesportiva em escolas de Brasília. E valeu a pena trocar a sapatilha pela espada: Rayssa embarcou na segunda-feira para o Campeonato Mundial em Moscou, na Rússia. Depois, vai disputar os Jogos Pan-Americanos de Toronto.

[SAIBAMAIS]A brasiliense compete na espada. Por equipes, as chances de subir ao pódio do Pan aumentam. “A Venezuela e os Estados Unidos sempre vêm fortes, mas estamos na briga por medalha”, avalia. Além dela, o time da espada feminina em Toronto terá Nathalie Moellhausen e Amanda Simeão. Em Guadalajara-2011, a brasiliense caiu nas oitavas diante da norte-americana Kelley Hurley, que se tornaria medalhista de ouro.

Enquanto no Pan a briga é por medalha, as pretensões de Rayssa no Mundial de Moscou são mais modestas. “Nós trabalhamos para que ela chegue ao top-16. Torneios intercontinentais têm nível técnico altíssimo”, observa o técnico Marcos Cardoso, que trabalha com a brasiliense no Esporte Clube Pinheiros desde 2014. A atleta compete pela quinta vez no evento, que ocorre todo ano.

De um torneio ao outro, uma longa viagem. Primeiro, Rayssa disputará o Mundial, com início em 13 de julho — três dias depois da cerimônia de abertura do Pan. “Não vai dar nem tempo de participar da prova por equipes em Moscou, porque a prioridade é o Pan”, lamenta. A estreia dela em Toronto será em 22 de julho.

Mesmo como campeã brasileira, Rayssa quase não pôde ir ao Mundial. “Tive de tirar do meu bolso a passagem, e olha que nem vou acompanhar desta vez”, comenta a mãe, Tânia, servidora pública. Ela é outro exemplo da situação financeira ruim dos praticantes da modalidade no Brasil. No início do ano, a Confederação Brasileira de Esgrima (CBE) teve de devolver R$ 825 mil ao Ministério do Esporte por não ter executado um projeto de 2012, o que gerou protesto de esgrimistas insatisfeitos com o pequeno investimento.