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PENTATLO MODERNO

A prova de hipismo, no pentatlo moderno, é decisiva para o futuro do competidor

O bom desempenho do pentatleta na prova depende da contribuição do animal

Publicado: 18/03/2015 às 08:00

O bom desempenho do pentatleta na prova depende da contribuição do animalTentar ser bom em cinco modalidades não é tarefa das mais fáceis para um atleta. Imaginem, ter que ser bom, contando a ajuda de um mero desconhecido. Apenas 20 minutos para um contato inicial. É essa a rotina na prova de hipismo do pentatlo moderno. O bom desempenho não depende exclusivamente do pentatleta. Tem que ter a efetiva contribuição do animal, que chega às mãos do competidor através de um sorteio.

[SAIBAMAIS]Na Olimpíada de Pequim, em 2008, Yane Marques chegou para a disputa da prova na sétima colocação, após ter ido bem na esgrima e natação. Ou seja, tinha chances reais de brigar, sim, por um lugar no pódio, caso tudo desse certo no percurso dos 12 obstáculos. Mas o conjunto não funcionou. O cavalo sorteado para ser seu par, literalmente, a derrubou. Tirou-lhe o sonho de brigar pela primeira medalha olímpica, que mais tarde viria, nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Na capital inglesa, a loteria do sorteio dos cavalos a favoreceu. Mas, recentemente, outro ‘pangaré’ cruzou seu caminho.

E foi no último dia 20, no Condado de Sarosata, Flórida/EUA, durante a final da primeira etapa da Copa do Mundo de pentatlo moderno 2015, que a pernambucana, de 31 naos, se deparou com mais um obstáculo, além dos 12 expostos na pista. Enquanto aguardava sua vez , Yane Marques, 31 anos, observou que teria sérios problemas com o animal sorteado para formar o conjunto. Ele nem chegou a entrar na pista com a primeira atleta (uma japonesa) ‘agraciada’ no sorteio.

“O pessoal da organização nem deixou a japonesa entrar com ele. Durante o aquecimento, ele já tinha jogado ela no chão (acabou sendo eliminada). Na hora percebi que se tratava de um cavalo sujo, mas também notei que ele era novo e gostava de brincar, corcovear. Ele me deu um refugo logo na primeira tentativa de salto”, conta Yane, que chegou para a disputa na oitava posição e terminou concluindo a competição na 24ª colocação. “Paguei o preço de ter pego esse cavalo. E em uma final de Copa do Mundo fazer cinco faltas é mortal. O resultado despenca vertiginosamente”, acrescentou a pernambucana, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres.

Companheira de Yane na final da primeira etapa da Copa do Mundo 2015, Priscila Oliveira conta que a sorte anda lhe sorrindo nos últimos sorteios, mas que nem sempre foi assim. “A prova do hipismo sempre foi essa loteria. Em 2013, durante uma competição, na Rússia, tinham animais tão bons que o meu pulou a cerca durante o aquecimento. Fiquei assustada, com os olhos esbugalhados (risos!) porque podia ter causado um acidente. Só depois me acalmei e fui para a pista. Já no ano passado, no México, sofri um bocado com o cavalo que caiu para mim”, relembra a pentatleta, que terminou a competição em Sarasota em 26º lugar geral.
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