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Do 'Tri' à assinatura: Pelé foi embaixador para a construção do Arruda, estádio do Santa Cruz
Rei Pelé foi testemunha na assinatura do contrato de empréstimo para que o Santa Cruz pudesse construir, enfim, o estádio José do Rego Maciel
[SAIBAMAIS]Fundado em 1914, em frente a uma igreja na Boa Vista, o Santa Cruz foi 'nômade' nas suas primeiras décadas, num Recife que aos poucos viraria metrópole. Depois de passar a treinar e jogar no campo do Arruda, que até então pertencia ao extinto Tabajaras, o Santa arrendou o terreno a partir de 1943. O local, então, passou a ser chamado de 'campo do Santa Cruz'. Enquanto isso, o pequeno Edson ainda completaria seu terceiro ano de vida.
Arrastando uma multidão cada vez maior, o Santa entendeu que precisaria de um grande estádio para suportar os tricolores. E depois da Copa de 1970, quando o Brasil já havia conquistado a terceira Copa do Mundo, com seu Camisa 10 já instituído ‘Rei do Futebol’, surgiu então a chance de ouro para o Tricolor. O sucesso do Tri foi tamanho, que os ditadores militares abraçaram o futebol como 'circo' para o povo. E nada melhor que um Mundial em casa pra 'apagar' o vexame de 1950. Nascia a ideia da Taça Independência, a “Minicopa”.
Todas as cidades queriam sediar ao menos um jogo, sobretudo as capitais. As mega-construções de infraestrutura, financiadas com empréstimos astronômicos junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), se voltaram ao esporte mais popular do país. Mas construir um estádio não é fácil. E já à época, a principal fonte de receita do Santa vinha da sua torcida. Inúmeras foram as campanhas para angariar recursos.
Na principal, a folclórica 'Campanha do Tijolo', mais de 50 mil blocos foram arrecadados só na primeira ação. Era a materialização do sonho da casa própria. Mas precisava bem mais para o estádio sair do papel. Sem dinheiro para atender ao já imposto 'Padrão FIFA', Santa Cruz, sua torcida e a imprensa mobilizaram a opinião pública. Os apelos e cobranças por medo do Recife 'perder a Minicopa' tinham como alvo o Governo de Pernambuco.
A pressão deu resultado. No dia 23 de julho de 1971 o governador Eraldo Gueiros deu o aval. Financiadas pelo BANDEPE, o empréstimo de 850 mil dólares foi tomado junto ao Banco Industrial de Campina Grande. Para assinar o contrato, Pelé veio pessoalmente ao Recife no dia 10 de agosto de 1971, já com as obras em curso. Depois ainda jantou na casa do então presidente coral, James Thorp.
O estádio José do Rego Maciel, atrasou e só seria inaugurado no dia 4 de junho de 1972, num amistoso sem gols entre Santa Cruz e Flamengo, e de lá para cá, a história eternizou o Colosso do Arruda, que só saiu do papel a partir das curvas delineadas pelo maior ser humano que já se aventurou a chutar uma bola na face da Terra. A assinatura de Pelé, o eterno ‘Rei do Futebol’.