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Lenda viva do Santa Cruz, Caixero inaugura CT, fala dos próximos passos e relembra polêmica

Com vigor físico invejável, aos 84 anos, o diretor da Comissão Patrimonial gerencia obras do centro de treinamento e mira andamento das novas obras

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A partir deste final de semana, o Santa Cruz passa a habitar um terreno o qual sua ausência fazia dele um clube menor. Perto de completar 105 anos de história e um atraso que causou ao Tricolor um incalculável prejuízo, o Mais Querido passa a integrar o grupo de equipes profissionais que tem o básico: um espaço para treinos com um campo apto para atividades. A viabilização dos recursos que culminarão com a inauguração do Centro de Treinamento Ninho das Cobras/Rodolfo Aguiar neste sábado, em um dia com jogos festivos, não seria possível não fosse uma lenda viva da história coral: João Caixero, 84 anos de vida dos quais 68 foram e ainda são dedicados ao time do coração.

Senhor de vestimenta fina, impecável, Seu Joca, apelido carinhoso ao homem que dedica a vida ao Santa Cruz, vai todos os dias ao CT. Diretor da Comissão Patrimonial, ele chega ainda cedo da manhã para ver o andamento das obras, orientar funcionários, observar e cobrar o andamento das obras. Funcionamento que, sem ele, certamente não teria saído do papel. Afinal, comprado em 2011, na gestão do presidente Antônio Luiz Neto, com o dinheiro da venda do atacante Gilberto ao Internacional, por R$ 1 milhão, o terreno onde hoje nasce o CT coral, em Aldeia, passou quatro anos parado.

“Depois que Antônio teve a coragem de de tirar o dinheiro do futebol, nós não nos achávamos com direito de pedir mais alguma coisa. E aí o CT, com área a comprada, garantida, ficou em um trabalho a posterior. Só em 2016, quando lançamos o livro Santa Cruz de Corpo e Alma, e a venda de exemplares recomeçamos a busca por recursos para as obras novamente”, relembra João Caixero, presidente do executivo clube entre 1973 e 1974.

Seu Joca também já foi presidente do Conselho Deliberativo, do Patrimonial e passou por todos os cargos existentes no Arruda. “Cheguei jovem. Era antes de 1957. Assisti o supercampeonato daquele ano. Daí para frente não me desliguei mais. Foi meu pai quem me fez tricolor, Aristófanes de Andrade (seis vezes presidente do clube) depois me chamou para fazer parte do Conselho (Deliberativo), da diretoria e fomos nos incorporando, passei por todos os departamentos do clube: social, amador, basquete, vôlei, era o que o clube tinha na época.  Então, todos os departamentos que o santa cruz tem estatutariamente, eu participei”, orgulha-se, o expoente hoje do CT coral.

Casado há 50 anos, João Caixero tem duas filhas, netos… É um homem de muitas paixões. Nenhuma delas, porém, se equivalem ao clube do coração. “O Santa Cruz representa tudo. Evidentemente, tudo para mim. Porque nós tivemos várias alegrias: a de me formar (Economia), a alegria de ter minhas filhas, de me casar, a de ser presidente do Santa Cruz. E digo sem medo nenhum. Nem de ferir, nem de conflitar sentimentos, dentro de mim a maior alegria foi ter sido presidente do clube”, pontuou.[GALERIA1] 

Transformação nas mãos da torcida

Em dois anos de trabalho, uma parte dos 10,5 hectares de terreno do Santa Cruz passou por uma revolução. Campanha com torcedores, dirigentes e parceiros viabilizaram os cerca de R$ 750 mil estimados para resolveu recuar e tirar o produto da linha coral.

Desde então, não se falou mais em galinhas pelas bandas do Arruda. As aves, porém, não deixaram o terreno local. Pelo contrário, criadas em um galinheiro dentro do CT, reproduziram-se. Hoje, são 45 galinhas, que colocam uma média de 30 ovos por dia. “Agora, elas servem apenas o nosso refeitório para os trabalhadores da obra”, destacou Caixero.

Questionado sobre o episódio que ficou para trás, o diretor da Comissão Patrimonial revelou uma única mágoa com toda situação. “O mais lamentável de tudo que senti foi o clube dar uma nota contra. Isso me sentiu, feriu profundamente porque era o clube que estava precisando do CT e, talvez por desconhecimento, por não terem vindo ver o que estava sendo feito, fizeram isso”, lamentou. “Me surpreendeu toda repercussão. Fiquei muito surpreso pela reação negativa. O ovo é o princípio da vida, o símbolo da vida, é a marca presente em todas as mesas de qualquer situação de nível social, do pobre ao rico. Infelizmente, não deu certo”, pontuou.

Programação de inauguração do CT do Santa Cruz

Sábado

8h30 - Benção do gramado proferida pelo padre David Gonçalves, da paróquia de Nossa Senhora da Luz, em São Lourenço da Mata.

8h35 - Descerramento da placa em homenagem ao arquiteto Reginaldo Esteve, profissional que dá nome ao primeiro campo. O ex-presidente Rodolfo Aguiar irá cortar a fita inaugural.

9h - . Amistoso entre o time sub-15 do Santa Cruz contra o sub-15 da comunidade Bola na Rede, que fica nos arredores do Centro de Treinamento.

10h - Amistoso entre o time sub-20 do Tricolor, que foi vice-campeão Estadual na categoria, contra a equipe sub-20 do Centro Esportivo do Pina. 

11h20 - Disputa de pênaltis festiva, para os torcedores que comprarem o bilhete do sorteio do carro ou pagarem uma taxa de R$ 100. Cada um dos contribuintes terá direito a bater duas penalidades. Os fundos arrecadados serão aplicados no início da construção do segundo campo do CT.

Domingo

15h - Jogo-treino entre Santa Cruz x Serrano-PB, a primeira atividade do elenco profissional no CT Ninho das Cobras.

Relembre abaixo as fotos das obras para o surgimento do CT do Santa Cruz

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