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Entre lutas contra o rebaixamento e pelo acesso, Pernambuco tem 2021 indefinido

O trio iniciará a temporada peleando em suas respectivas divisões; em março, Brasil e Argentina fazem Superclássico na Arena Pernambuco

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Em qualquer cenário esportivo é difícil - e injusto – fazer a perspectiva de uma temporada ainda não definida. Tendo em vista a situação delicada do Trio de Ferro nesta reta decisiva do Campeonato Brasileiro, projetar o duvidoso ano de 2021 é tarefa quase impossível. No atípico 2020, marcado, sobretudo, pela pandemia da Covid-19, o calendário do futebol brasileiro teve, entre março e agosto, suas competições adiadas pela CBF e ‘invadirá’ parte do ano que está por vir.  

[SAIBAMAIS]Restando pouco mais de um mês para o fim do Campeonato Brasileiro, o momento de Náutico, Santa Cruz e Sport fazem do Recife um caldeirão de incertezas misturado com a esperança dos torcedores - que torcem, de casa, para que seus clubes do coração cumpram os respectivos objetivos no fim do interminável ano. Enquanto a Cobra Coral luta pelo acesso à Série B, Timbu e Leão buscam fechar a temporada com a manutenção de divisão. Para o time da Rosa e Silva, a única certeza é que, em 2021, não jogará a Copa do Nordeste e, assim, terá um calendário espaçado para a disputa do Estadual, Copa do Brasil e Brasileirão, da Série B ou C.  

Lutando contra o rebaixamento, o Alvirrubro precisa somar 47% dos pontos à disputa para garantir vaga na Segundona do Campeonato Brasileiro 2021. A permanência, ou não, definirá a preparação da equipe na próxima temporada. A tendência é que o Timbu enalteça sua identidade de clube formador e promova alguns dos juvenis campeões do Nordeste ao profissional – entre o grupo, nomes conhecidos pelo torcedor, como o meia Juninho Carpina.  

Pelo Arruda, o êxito da atual e o planejamento da próxima temporada está por três jogos. Com o quadrangular que decidirá os classificados à Série B 2021 indefinido, O Santa Cruz resolverá, em 17 dias, sendo duas datas em casa, a logística do calendário do ano em que completará 107 anos. Presente em todas competições à nível estadual, regional e nacional, um dos principais objetivos do Tricolor, definitivamente, passa pela Copa do Brasil – onde, galgando fases adentro, embolsa milhões de reais. Além disso, o torcedor coral exige o título do Pernambucano, inédito nos últimos quatro anos. 

Já o Leão da Ilha, embora fora do Z4 da Série A do Campeonato Brasileiro, vive, desde meados do torneio, a iminência constante do rebaixamento. Perdendo pontos importantes diante equipes da parte de baixo da tabela, o Sport, assim como o arquirrival tricolor, disputará o Pernambucano, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Brasileirão. Com pouco tempo de preparo na pré-temporada, a principal e, talvez, única certeza do Sport para 2021 é a necessidade, por conta do pouco espaço entre competições, de ampliar o enxuto elenco rubro-negro. 
 
Com a ausência do Central, a participação pernambucana entre as quatro divisões do Campeonato Brasileiro é completada pelo campeão estadual, Salgueiro, e o novato Retrô, que após boa campanha no Campeonato Pernambucano 2020, garantiu vaga na Quarta Divisão Nacional. Retornam à elite do futebol do estado, Vera Cruz e Sete de Setembro. Apesar da indefinição quanto a forma de realização do torneio, reduzido pelo calendário apertado, e que terá seu formato divulgado após reunião com os clubes participantes, a presença dos times promovidos é uma interessante forma de arrecadar fundos com verbas televisivas e expansão da marca interior pernambucano afora.  
 
MAIOR RIVALIDADE DO MUNDO EM SOLO RECIFENSE 

Em 2021, Pernambuco será palco do maior clássico do futebol internacional pela segunda vez na história. Outrora, no Arruda, em 1994, o Brasil, treinado por Carlos Alberto Parreira e com um jovem Ronaldo fazendo o primeiro de seus 103 jogos pela Amarelinha, recebeu a então vice-campeã mundial, de Batistuta, Simeone e um decadente Maradona, que, no banco de reservas, era o centro das atenções dos torcedores pernambucanos. Agora, 27 anos depois, a Arena de Pernambuco poderá ser cenário do embate entre os dois maiores jogadores da história recente do futebol latino-americano, Neymar e Lionel Messi, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA 2022.  

Embora tenham atuado lado a lado pelo Barcelona durante quatro anos, entre 2013 e 2017, à nível internacional, poucas vezes o brasileiro de Mogi das Cruzes e o argentino de Rosário se enfrentaram vestindo as cores de suas respectivas seleções nacionais – desde que estreou pela Canarinho, em agosto de 2010, os países disputaram 13 partidas, sendo apenas 4 com os craques em campo. Além do confronto particular entre Neymar e Messi, o clássico será importante para o Brasil adicionar um pouco mais de ‘gordura’ à isolada liderança do torneio, pavimentar o caminho do hexa e dar experiência para futuros craques. 

Pelo lado verde e amarelo, jovens que estiveram no amistoso olímpico contra a Venezuela, em 2019, nos Aflitos, como Douglas Luiz, do Aston Villa, e Rodrygo, ponta do Real Madrid, estão constantemente na lista de Tite. Já o escrete celeste e branco, comandado pelo ex-lateral direito Lionel Scaloni, possui jovens promessas atuando em clubes tradicionais do futebol europeu, Lautaro Martínez, 23 anos, da Inter de Milão, e Nicolás González, 22, atacante do Stuttgart. 

No dia 30 de março, na Arena de Pernambuco, que receberia, no primeiro trimestre de 2020, a partida entre Brasil e Bolívia, pela 1ª rodada das Eliminatórias, cancelada após as medidas sanitárias da FIFA para evitar a proliferação da Covid-19, atletas do calibre de Roberto Firmino, Sergio Agüero e Gabriel Jesus desfilarão com a bola nos pés e prometem proporcionar um confronto do tamanho do Superclássico sul-americano.