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Maturana, Gómez... Quem são as referências de Dudamel, novo técnico do Atlético

Comandante do Galo exaltou a escola colombiana de treinadores

Publicado: 09/01/2020 às 08:46

Na chegada ao Galo, Dudamel cita influência de técnicos colombianos
Dos 47 anos de vida de Rafael Edgar Dudamel Ochoa, 22 foram vividos nos campos de futebol, como goleiro. A carreira de treinador começou em 2010, no Estudiantes de Mérida, da Venezuela. Toda essa vivência no mundo do futebol e o contato com diversos jogadores e treinadores ajudaram a formar o estilo que despertou a atenção do Atlético.

Entre os “professores” tidos como referências, Dudamel destacou dois treinadores colombianos que, curiosamente, nunca o dirigiram. Conheça um pouco da história de Francisco Maturana e Hernán Darío Gómez.

Francisco Maturana

Maturana chegou a trabalhar com Dudamel na Seleção Venezuelana

Francisco “Pacho” Maturana atualmente está no comando do Royal Pari, da  Bolívia. Apesar da vasta experiência no futebol e dos 70 anos de idade, Maturana foi auxiliar técnico de Dudamel na Seleção Venezuelana.

Em campo, Pacho foi um zagueiro que encerrou sua carreira precocemente aos 33, quando atuava pelo Tolima, da Colômbia. Também de maneira precoce, começou como técnico no colombiano Once Caldas, quatro anos depois de pendurar as chuteiras.

Maturana teve seu auge na carreira de treinador no comando do Atlético Nacional, clube onde também jogou, no final dos anos 1980 e no início da década de 1990 na Seleção Colombiana. Como técnico, conquistou a Copa Libertadores de 1989 (Atlético Nacional-COL), o Campeonato Colombiano de 1992 (América de Cali) e a Copa América de 2001 (Seleção Colombiana). Em 1993, foi eleito o melhor técnico das Américas pelo jornal El País, do Uruguai.

Hernán Darío Gómez 

Hernán Darío Gómez atualmente dirige Seleção Equatoriana

Hernán Darío Gómez foi auxiliar técnico de Francisco Maturana no Atlético Nacional e na Seleção Colombiana. Em 1995, "Bolillo" Gómez sucedeu Maturana no comando da Colômbia, quando Pacho se transferiu para o Atlético de Madrid. No ano seguinte, Gómez foi eleito pela Conmebol o melhor técnico da América do Sul.

Como treinador, foi o primeiro a classificar o Equador para uma Copa do Mundo, em 2002, no Mundial do Japão-Coreia do Sul. No Mundial da Rússia, em 2018, Gómez estava no comando da Seleção do Panamá, também estreante em Copas.

Aos 63 anos, seu objetivo era estar em mais um Mundial, desta vez no Catar em 2022, no comando da Seleção Equatoriana, mas foi demitido do cargo no fim de julho de 2019, após má campanha na Copa América, realizada no Brasil.

Ironicamente, em sua passagem por Belo Horizonte para a Copa América, Gomez e seus comandados da Seleção Equatoriana ficaram hospedados na Toca da Raposa, centro de treinamento do Cruzeiro, mais novo arquirrival de Dudamel.

Como os técnicos influenciaram Dudamel?

Dudamel ao lado de membros da comissão técnica do Atlético; apesar das influências,  técnico venezuelano prega

Além dos colombianos, Dudamel citou profissionais de outras nacionalidades que ajudaram na sua formação profissional. As referências vêm desde seu país natal - a Venezuela - até a Iugoslávia, passando pela vizinha Argentina. Tática, profissionalismo e intensidade foram atributos combinados por Dudamel com inspiração em outros trabalhadores do mundo da bola.

“Uma mescla, uma combinação. Por minha carreira como jogador, eu pude aproveitar mais de 20 anos como goleiro, sofri gols do Brasil, mas não quero recordar (risos). Na posição de goleiro, aprendi muito com os meus treinadores. Tive treinadores venezuelanos, colombianos, argentinos, iugoslavos. Isso me permitiu ter uma cultura tática de futebol muito ampla. Quando decidi deixar de jogar para começar a carreira de técnico, todas as experiências acumuladas, vividas são boas, mas tenho que definir uma linha”.

Apesar das diversas influências, Dudamel diz ter uma identidade própria formada a partir de vários estilos, porém, sem imitar nenhum deles.

“Do tático, muita escola colombiana, com Maturana, Gomez. Uma escola que deu muitos resultados ao futebol colombiano. A intensidade, o trabalho permanente de campo, a bola e o profissionalismo são europeus. Quando eu jogava futebol, não tínhamos muitos costumes profissionais. Trabalhando com treinadores europeus, estrangeiros, entendi que a disciplina é a base de tudo. É o primeiro fundamento, valor que um atleta deve ter. É uma combinação, mas sem imitação. E uma identidade própria”.
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