° / °
Esportes DP Mais Esportes Campeonatos Rádios Serviços Portais

Cruzeiro tenta fazer ataque funcionar para se livrar do rebaixamento; artilheiros do passado opinam sobre poucos gols do time

Time celeste precisa melhorar média de gols nos cinco últimos jogos

Por

3521595
Terceiro pior ataque do Campeonato Brasileiro, ao lado da virtualmente rebaixada Chapecoense, com apenas 26 gols em 33 jogos, o Cruzeiro procura desesperadamente o caminho das redes. Só assim conseguirá se manter na primeira divisão, objetivo que sobrou em temporada na qual a torcida começou otimista e termina querendo respirar aliviada.

[SAIBAMAIS]A equipe acumula 11 partidas de invencibilidade, mas ganhou apenas três delas. Em duas marcou mais de um gol: vitórias sobre Corinthians (2 a 1) e Botafogo (2 a 0). Nas últimas três, passou em branco no ataque e desperdiçou a chance de ter um fim de ano tranquilo, podendo iniciar o planejamento de 2020.

Nem diante do lanterna e já rebaixado Avaí, pior defesa da Série A ao lado do Goiás, com 51 gols sofridos, o ataque funcionou. Agora, o oponente promete ser bem mais forte, o Santos, adversário de sábado, às 21h, na Vila Belmiro, que tem a terceira defesa menos vazada, ao lado do Corinthians, com 29 gols sofridos, e que ocupa a terceira posição (65 pontos). Apesar de todos os problemas, o Cruzeiro - 16º colocado, com 36 pontos - ainda depende de si para se manter na Série A.

“A ansiedade existe, a gente está lá dentro, a bola passando na frente do gol, batendo na trave, batendo no defensor, não entra. Mas vamos procurar estar bem focados, pois logo, logo ela vai voltar a entrar”, afirma o atacante Sassá, último jogador a conseguir balançar as redes com a camisa celeste, no empate por 1 a 1 com o Bahia, no Mineirão, pela 31ª rodada.

Apesar da situação ruim, ele não perde a esperança de que o time vai voltar a marcar, vencer e se livrar da ameaça de rebaixamento. “Contra o Santos vai ser um jogo bom de se jogar, pois o Santos toca a bola, sai para o jogo. Todos gostam de jogar jogo de extrema intensidade. Tomara que dê tudo certo para a gente”, diz o camisa 99, que mantém a fé. “Sábado, se Deus quiser, vamos conseguir fazer um grande jogo lá e a bola vai entrar.”

Artilheiros opinam


Grandes artilheiros da história celeste também estão confiantes, apesar do péssimo resultado contra o lanterna e a péssima situação na tabela de classificação. Para eles, trata-se de uma fase ruim, que tem de ir embora logo.

“Os jogadores passam por fases negativas, faz parte do futebol. O time está criando e tenho certeza de que, com a experiência do (técnico) Abel (Braga), que vai passar tranquilidade para todos, os gols vão voltar a sair”, declara Vanderley Eustáquio Oliveira, o Palhinha, com a propriedade de quem marcou 156 gols em 457 jogos com a camisa celeste entre 1968 e 1984, sendo o sétimo maior artilheiro da história do clube.

Opinião semelhante tem outro que tinha faro de gol, Marcelo Ramos. Autor de 163 gols em 365 partidas entre 1995 e 2003, e uma posição à frente de Palhinha na lista de artilheiros, o ex-centroavante espera que a má fase dos homens de frente passe, pois tem visto empenho por parte de todos os jogadores.

É normal a cobrança da imprensa, da torcida, mas este grupo é vencedor. O grupo tem de se fechar, só depende dos próprios jogadores. Por mais que sejam experientes, não é fácil, a bola não entra, o adversário se defende bem”, argumenta ele, que conhece bem alguns dos atletas e mostra muita confiança na volta por cima. “Ninguém quer manchar a história com um rebaixamento. Estamos em uma torcida grande por todos”.

Treino


Para ambos, só há uma coisa a fazer: continuar trabalhando. “Quando eu estava em fase adversa, às vezes ia sozinho para o campo, ou com alguém para ajudar, e ficava lá chutando no gol, aprimorando a batida na bola, buscando o local certo de colocá-la para dentro. Eles têm de continuar buscando o gol”, receita Palhinha, que vê no jogo de sábado mais uma grande chance para a equipe reagir. “O Santos é uma grande equipe, mas o Cruzeiro tem todas as condições de chegar lá e vencer. Isso seria ideal para o time recuperar a confiança, iniciar uma grande reação.”

O tempo, porém, é curto. Até 8 de dezembro, quando vai terminar o Campeonato Brasileiro, serão cinco partidas: além do Santos, a Raposa receberá o CSA, sairá para enfrentar Vasco e Grêmio e encerrará a participação diante do Palmeiras, no Mineirão.

Nessas partidas, Abel Braga poderá mudar o time em busca de melhor desempenho ofensivo. O camaronês Joel, por exemplo, vem sendo elogiado pelo treinador e pode ganhar uma chance.