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Coluna de Fred Figueiroa: 'Os resultados ajudam, agora é o time fazer sua parte'
Colunista do SuperEsportes analisa resultados favoráveis à permanência do Sport ocorridos no início da 36ª rodada do Campeonato Brasileiro
A primeira parte
A noite de abertura da 36ª rodada foi - direta e indiretamente - ideal para o Sport. Primeiro pelas derrotas, absolutamente esperadas, de dois dos três times que podem colocá-lo na zona de rebaixamento. O América - depois de resistir ao primeiro tempo - foi goleado pelo Palmeiras nos 45 minutos finais (4 a 0), enquanto o Vitória perdeu por 3 a 0 para os reservas do Cruzeiro. Assim ficam com 37 e 36 pontos, respectivamente, e não ultrapassam o time pernambucano nesta rodada. No caso do rubro-negro baiano, mais que isso. O caminho para a segunda divisão parece ser sem volta. Pelo baixo nível de atuação da equipe e pela grau de dificuldade dos seus últimos jogos - contra o Grêmio precisando do resultado em Salvador e contra o Palmeiras, possivelmente celebrando o título diante da sua torcida no Allianz Parque. Já o time mineiro - sob o comando de Givanildo Oliveira - tem uma tabela bem mais acessível nas rodadas finais contra Bahia (casa) e Fluminense (fora). Dois jogos factíveis de pontuação. Portanto, segue inteiramente na disputa.
Santos sem Libertadores
O terceiro resultado positivo da noite foi a vitória do Atlético/MG sobre o Inter em pleno Beira-Rio. Com isso, o Santos - adversário do Sport na última rodada - ficou sem qualquer chance de disputar uma vaga na Libertadores. E como já tem a vaga na Sul-americana basicamente assegurada (oito pontos de vantagem sobre o Ceará, que joga hoje), a tendência é chegar na Ilha do Retiro sem nenhum objetivo concreto. Não que isso signifique um jogo fácil para o Leão. A diferença técnica continuará a mesma. Porém é natural que a falta de motivação tenha uma interferência no desempenho. O que, aliás, já foi visível ontem no morno empate em 1 a 1 contra o Botafogo. Há duas semanas a perspectiva era de um Santos precisando da vitória na última rodada para garantir sua vaga na Libertadores. Não há como negar que a mudança radical do cenário abre uma porta para o Sport.
Palmeiras e Atlético-PR focados
Os outros dois jogos de ontem também tiveram alguma relevância para o cenário da disputa pela permanência. No Maracanã, a vitória do Flamengo sobre o Grêmio por 2 a 0 impediu o título antecipado do Palmeiras - obrigando o time de Felipão a jogar com seriedade contra o Vasco no próximo domingo. O peso deste cenário pode ser multiplicado caso o time cruz-maltino - um ponto acima do Sport na classificação - não vença o São Paulo hoje em São Januário. Por fim, na Arena da Baixada, o Atlético-PR seguiu com seu retrospecto avassalador, venceu o Corinthians e se manteve vivo na disputa pela última vaga para a Libertadores. Está três pontos atrás do Atlético-MG, mas tem um saldo de gols melhor. Com este desenho, a tendência é que utilize sua força máxima (ou quase isso) diante do Ceará, no domingo, também em casa - mesmo três dias antes do jogo de volta da semifinal da Sul-americana contra o Fluminense no Rio (abriu vantagem de 2 a 0 na ida).
A parte mais difícil
Aqui cabe o velho chavão: “Os resultados ajudam, difícil é o time fazer a parte dele”. Com o melhor cenário possível na abertura da rodada, o Sport enfrenta a Chapecoense hoje na Arena Condá em um jogo com peso de decisão. Mas não necessariamente deve ser tratado como “de vida ou morte”. A derrota complica, mas não rebaixa o time pernambucano. Caso vença ao menos o Santos na última rodada, o Leão teria 41 pontos e só ficará atrás da Chape se ela vencer Corinthians ou São Paulo nas últimas rodadas - ou se empatar os dois jogos (42 pontos). E só ficaria atrás do América se este vencer Bahia e Fluminense (43 pontos). Longe de ser um cenário impossível. Mas antes de ir para o “plano C”, o time de Milton Mendes precisa ter o máximo de concentração para evitar a derrota esta noite. E parte fundamental da estratégia de jogo é entender que o adversário, nivelado tecnicamente, está em situação muito mais complicada. Para a Chape, sim, a derrota praticamente sela o rebaixamento e o empate tira sua maior chance de vencer nas rodadas finais. Assim, o Sport precisa usar isso à seu favor, montando uma marcação intensa, sem dar espaço e com o máximo de atenção nas jogadas aéreas. Quanto mais tempo segurar o 0 a 0, mais vulnerável a equipe catarinense ficará. Algo parecido com o roteiro da derrota para o Botafogo há uma semana. Para o jogo, Milton Mendes espera o posicionamento final dos médicos e do próprio Sander sobre sua real condição física. A tendência, entretanto, é que o lateral só seja utilizado em caso de necessidade, mantendo Ernando na esquerda.