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Após recuperação meteórica, Arrascaeta busca títulos e recorde entre estrangeiros no Cruzeiro

Meia uruguaio superou prazos do departamento médico e está disposto a ser campeão tanto da Copa do Brasil quanto da Primeira Liga nesta temporada

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O diagnóstico de 29 de julho era preocupante. Uma lesão por estresse na tíbia esquerda afastaria Arrascaeta dos gramados por 10 semanas. O prazo foi estipulado pelo departamento médico do Cruzeiro. O veto nas semifinais da Copa do Brasil até então era certo. E dificilmente haveria tempo hábil para participar de uma eventual decisão. Mas o próprio jogador tratou de mudar esse panorama. Com trabalhos de reforço em dois períodos na fisioterapia, contando sábados e domingos, acelerou o processo de recuperação. Em quatro semanas, voltou aos gramados. Participou do segundo tempo da vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio (3 a 2 nos pênaltis), no dia 23 de agosto, pelo jogo de volta das semifinais da Copa do Brasil; entrou no decorrer do empate por 1 a 1 com o Santos, pelo Brasileiro; e atuou durante 90 minutos em mais um triunfo sobre o Grêmio (2 a 0), desta vez pelas quartas de final da Primeira Liga. A reabilitação meteórica dá a Arrascaeta a condição de ajudar a Raposa na sequência da temporada.
 
“Corpos de jogadores não são todos iguais. Uns demoram mais a se recuperar, outros demoram menos. Fiz um trabalho intensivo na fisioterapia, treinando em dois horários, inclusive nos domingos. Depois disso, me senti à vontade, sem dor, e preparado para voltar a treinar e a jogar”, contou o meia-atacante, ao ser perguntado sobre quais fatores que lhe auxiliaram na retomada aos gramados. Num discurso otimista, mas ao mesmo tempo marcado pela cautela, o uruguaio afirma que sua situação ainda requer atenção especial. “Tem que ter certo cuidado e olhar as avaliações de como foi o jogo. Mas como disse, dependia de mim mesmo ver como me sentiria. E me senti muito bem. Só quando faltavam cinco minutos é que me cansei um pouco, talvez pela falta de ritmo”.
 
Uma coisa é certa: Arrascaeta garante que não sente mais dores. E graças a isso, tem o corpo em plena desenvoltura para fazer uma de suas melhores jogadas: conduzir a bola em velocidade e driblar seus marcadores. Contra o Grêmio nessa quarta-feira, o meia foi premiado pelo esforço e marcou o segundo gol, após desviar a bola chutada por Sassá. Com o resultado, o Cruzeiro enfrentará o Londrina às 11h de domingo (horário alterado), no Estádio do Café, pela semifinal. Na quinta-feira, às 21h45, haverá o jogo de ida da final da Copa do Brasil, diante do Flamengo, no Maracanã.

Obviamente, o peso de conquistar a Copa do Brasil é maior que o da Primeira Liga. Mas nem por isso Arrascaeta diz que o time se descuidará do torneio interestadual. “Todo mundo quer estar 100% para jogar contra o Flamengo, mas temos a obrigação de ficar focados em todos os jogos. Temos um jogo importante contra o Londrina. Independentemente de quem jogar, o time será forte”.
 
Há dois anos e sete meses no Cruzeiro, o camisa 10 vem batendo recordes. Com 127 partidas, ele se igualou ao argentino Sorín na terceira posição entre os atletas estrangeiros que mais atuaram pelo clube. Acima estão apenas o chileno Maldonado (137) e o argentino Roberto Perfumo (141), que podem ser ultrapassados ainda em 2017. Em número de gols, Arrascaeta aparece em quarto, com 31 – atrás do argentino Montillo (36), o espanhol Carazo (43) e o boliviano Marcelo Moreno (45). Apesar de todos esses feitos relevantes, ainda falta o primeiro título. Que pode chegar em dose dupla, caso a Raposa fature a Copa do Brasil e a Primeira Liga.
 
“Sem dúvidas. Jogadores são reconhecidos com títulos. É uma marca importante num clube grande aqui no Brasil (ser o estrangeiro com mais jogos pelo Cruzeiro). Mas chegar a essa marca com um título seria muito especial”, encerrou Arrascaeta.