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ATLÃ?TICO

Em ano que alcança marca expressiva no Galo, Leonardo Silva faz balanço da carreira no clube

Zagueiro começará sexta temporada consecutiva como titular absoluto da defesa

Publicado: 01/01/2016 às 08:00

Leonardo Silva alcançará marca expressiva com a camisa do Atlético na temporada 2016
Leonardo Silva está na história do Atlético. Nenhum torcedor esquece o gol contra o Olimpia, na decisão da Copa Libertadores de 2013, tratado como mais importante do clube. Mais que o gol, o zagueiro alcançou um nível de respeito no Galo que o torna o jogador há mais tempo ininterrupto no elenco. Em 2016, Léo Silva completará cinco anos de Atlético.

Contratado pelo ex-presidente Alexandre Kalil no dia 5 de janeiro de 2011, Léo Silva tem fatos expressivos nesses anos de clube. Ele é o zagueiro com mais gols pelo Galo, 23 no total, e já disputou 230 partidas.

Recentemente, o zagueiro esteve na companhia do Superesportes no Mineirão. Entre assuntos da carreira, título e momentos pelo Atlético, o defensor tratou vários temas. 

Veja os principais pontos abordados com Leonardo Silva: 

Como é lembrar o gol marcado contra o Olimpia?

“Quando entrei no Mineirão já visualizei a emoção e sensação do gol contra o Olimpia. É difícil colocar em palavras a emoção que eu senti, que o torcedor sentiu. Eu extravasei no momento, a minha comemoração reflete isso. Fico feliz por ter marcado um gol tão importante que nos deu a possibilidade do título. Foi um misto de emoções. Aquele cruzamento do Bernard, e a bola entrando lentamente. Fiquei muito feliz pelo gol, todo mundo vibrou, comemorou. Foi emocionante, dá arrepio”.

Você tem alguma sensação de como será lidar com esse lance quando encerrar a carreira?

“Vai acontecer (torcedor lembrar do gol). Já acontece atualmente. Muitos torcedores me param e agradecem. Eles falam que ficam vendo o gol sempre. Isso me motiva e me emociona. Quando acontecer eu vou ficar muito feliz por ser relembrado por um momento tão importante”.

Sobre seu começo no Atlético, como foi trocar o Cruzeiro pelo Galo?

“Não foi uma troca. Estava desempregado no momento, sem contrato com o Cruzeiro. Poderia escolher qualquer time e acabei optando pelo Atlético. Fiquei muito feliz por essa decisão que tomei. Pelo histórico e pelo tempo, foi a decisão mais acertada que tomei. Poderia ter escolhido outro clube na situação e poderia ter sido uma outra história. Acredito que foi a decisão mais certa, pelo tempo no clube, títulos que venci e por tudo que passei”.

Aos 36 anos, pensa em uma data para a aposentadoria?


“Não consigo colocar uma data, um ano. Vai acontecer naturalmente, quando chegar a hora tenho que parar. Tenho que pensar quando não der mais. Não dá para pensar em dois, três, quatro anos. Varia muito o tempo e a data. Isso vai acontecer e estou me preparando psicologicamente para isso, para que eu não sofra tanto. Uma hora vai chegar. Mas hoje só penso em estar bem para fazer meu trabalho. Não fico pensando em quando parar, porque pode afetar meu rendimento. Uma hora vai acontecer e todos saberão”.

Existe aquela dúvida em parar no auge para evitar a saída dos gramados numa fase de queda de rendimento?


“O jogador pode parar de acordo com o que o momento lhe oferece. O jogador pode parar no auge, que é a melhor decisão, ou não. Ninguém se prepara para desistir de uma vida que teve por anos para viver uma nova história. Coloco isso na mão de Deus. Espero estar vivendo um bom momento quando for parar, com títulos e histórias”.

Pensa em trabalhar no Atlético após encerrar a carreira?


“Tenho que preparar para isso. Não depende só de mim, depende de outras pessoas para que eu continue no clube, para aceitar meu nome, aceitar meu trabalho. Isso pode acontecer. Tenho que me preparar para dar conta do recado. Várias coisas passam pela cabeça, mas é difícil escolher uma e definir. Vou procurar me preparar em várias frentes para o término da minha carreira.

Pelos números do Brasileiro, acredita que o Galo precise de reforços para a defesa?

“Vai acontecer naturalmente a chegada de reforços. Temos cinco zagueiros no clube. De uma certa maneira, precisa de jogadores para reforçar o elenco, agregar valor, para que possamos disputar todas as competições em alto nível. É um ciclo que acontece no futebol. Essas mudanças acontecem e se vier vai agregar muito.

Em um título marcante do Atlético (Copa do Brasil 2014), o Edcarlos foi seu substituto contra o Corinthians e marcou o gol da classificação no Mineirão. Como foi acompanhar aquele lance?


“Fiquei muito feliz pelo gol do Edcarlos. É um excelente jogador, trabalhador, merecia um momento como aquele. É um jogador regular, que procura dar sempre o seu melhor dentro de campo. Fiquei muito feliz vendo do meu sofá ele fazer o gol da classificação. Aquele gol nos deu vida na competição”.

Faça uma avaliação dos seus companheiros de defesa no Atlético.

“São grandes jogadores. O Jesiel é um menino, está aprendendo muito. É como aconteceu com o Jemerson. Ele é observador, procura ouvir para aprender e evoluir no trabalho, nos treinamentos. O Tiago já teve várias oportunidades e mostrou várias vezes que pode jogar no Atlético. Ele é forte, alto, cabeceia bem. Ele vai ter oportunidades e vai continuar no clube. Todos conhecem o Edcarlos, sabem de sua qualidade. O Atlético está muito bem servido de zagueiros e se vier outros vão agregar valor, chegar na família e dar sequência ao trabalho”.

Espera que o regime sem concentração seja mantido no Atlético? (Aguirre ainda não havia sido anunciado pelo clube)

“O Levir começou isso da não concentração e os atletas reagiram bem, deram um retorno muito positivo, e o clube também aceitou. Não sabemos se isso vai permanecer como uma política do clube ou se um novo treinador vai mudar isso. É uma questão que pode ser conversada, mesmo com um novo treinador. Quando aconteceu essa decisão do Levir, todo mundo aprovou. Fomos muito responsáveis, demos retorno com título, dentro de campo, sem problemas. Acho que é interessante uma conversa para tomarmos a melhor decisão para o clube e para que isso continue”.

Como você explica essa longevidade de seis anos no time titular do Atlético?

“Acredito que a regularidade. Trabalho bastante para me manter regular. Às vezes posso não destacar tanto em uma partida ou outra. O compromisso, o trabalho no dia a dia, faz com que eu possa estar em campo repetidas vezes”.

Qual sensação em ser capitão do Atlético?

“Fico muito feliz por marcar meu nome na história do clube, ao lado de outros atletas, com gols, títulos importantes, além dessa responsabilidade. Isso me motiva muito, para que eu possa, dentro de campo, continuar fazendo um bom trabalho, conquistar títulos, prolongar minha carreira e levar o Atlético mais à frente com títulos importantes”.

O que você ainda busca pelo Atlético?

“O único título que falta para mim é o Brasileiro. Também o Mundial. Mas o Brasileiro seria um título que eu gostaria de incluir na minha lista de títulos com a camisa do Atlético”.
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