Tudo pelo Brasileiro

A queda nas oitavas de final da Copa Libertadores já é página virada para os jogadores do Atlético e para o técnico Levir Culpi. Tão logo terminou a derrota para o Internacional por 3 a 1, em Porto Alegre, o discurso era de conformismo com a eliminação e de projeção positiva para o futuro. Agora, todos se mobilizam para que a equipe chegue em dezembro em condições de conquistar o Campeonato Brasileiro, título sonhado há 44 anos. No domingo, o Galo entra em campo para pegar o Fluminense, às 16h, no Mané Garrincha, em Brasília, com mando do Atlético.

Esse também foi o pedido dos cerca de 400 torcedores que foram ao aeroporto de Confins ontem à noite, para recepcionar a delegação alvinegra, que chegava da capital gaúcha. Enaltecendo a determinação do time nos jogos contra o Inter, eles gritaram palavras de apoio e os nomes dos atletas, além de aplaudir cada atleticano que saía da sala de desembarque. Os mais assediados foram o goleiro Victor, o armador Luan, o atacante Lucas Pratto e Levir Culpi.

Não resta mesmo alternativa senão escalar força máxima em todas as partidas e tentar abrir vantagem sobre os concorrentes. O Brasileiro virou obsessão para o Galo. Além de o treinador não ter o título, somente três jogadores já o conquistaram: o volante Josué e os atacantes Jô e Thiago Ribeiro. No caso de Levir, a conquista bateu na trave duas vezes, nos vices de 1998 (com o Cruzeiro) e 2004 (com o Atlético-PR).

O desafio maior será manter a regularidade, sobretudo nas partidas fora de casa. Na última temporada, o aproveitamento alvinegro como visitante foi de apenas 36,8%. Mas a confiança está em alta, por causa das exibições contra o Internacional, especialmente num momento em que o Colorado e o Cruzeiro seguem concentrados na Libertadores, e Corinthians e São Paulo, também concorrentes diretos, caíram de rendimento. Apesar disso, alguns jogadores precisarão mostrar algo mais à torcida para continuar como titulares, casos do armador Dátolo e do atacante Thiago Ribeiro.

Levir considera que o Galo está próximo de um encaixe e, por isso, se diz animado com relação à competição nacional: “Queremos aproveitar melhor as chances e estar sempre ajustando o time, corrigindo os erros. Estamos conseguindo repetir a formação e isso se torna importante para dar equilíbrio. Acho que nosso esquema vai ter qualificação melhor no Brasileiro do que nesses últimos jogos”.

A diretoria não descarta trazer um ou dois jogadores para a sequência do ano, quando o time brigará também pelo bi da Copa do Brasil, estreando nas oitavas de final em agosto. Os nomes seriam para o meio-campo e o ataque. Há ainda as pendências nas renovações de contrato do lateral-esquerdo Douglas Santos, cujo empréstimo junto à Udinese-ITA termina em agosto, e do volante Rafael Carioca, cujos direitos são ligados ao Spartak Moscou-RUS.

PROBLEMAS Os jogadores treinaram ontem à tarde no CT do Grêmio. A reapresentação será hoje, na Cidade do Galo. O armador Maicosuel e o atacante Jô não têm presença confirmada em Brasília – o primeiro teve entorse no tornozelo esquerdo, e o segundo, no joelho direito.

O lateral-direito Marcos Rocha também será reavaliado. Ele ficou fora do jogo de quarta-feira devido a um problema na panturrilha esquerda.

O volante Leandro Donizete cumprirá o segundo jogo de suspensão pela expulsão na decisão da Copa do Brasil, contra o Cruzeiro, no ano passado. Ele já ficou fora do empate com o Palmeiras por 2 a 2, em São Paulo, na estreia.

CAMPANHAS DE LEVIR NO NACIONAL
Ano      Colocação         Equipe
1994    Quarto lugar      Atlético
1998    Vice-campeão    Cruzeiro
2001    Quarto lugar      Atlético
2004    Vice-campeão    Atlético-PR
2014    Quinto lugar       Atlético

QUEM SAIU POR CIMA

Victor
Mesmo tendo levado cinco gols nos confrontos das oitavas de final, seu prestígio no grupo não diminuiu. Conta com a confiança do treinador, da comissão técnica e da torcida

Marcos Rocha
Ficou fora de jogos importantes na Libertadores devido à lesão, mas continua sendo fundamental para a equipe. Quando ficou de fora, o Galo teve acentuada queda de produção

Giovanni Augusto
Com bom rendimento, passou a ser a primeira opção de Levir para a criação. Deve ser bastante utilizado daqui para a frente, tanto no Brasileiro quanto na Copa do Brasil

Lucas Pratto
Segue como jogador decisivo e arma mais letal do Atlético. Na competição nacional, será o principal trunfo alvinegro na busca pelo título


QUEM SAIU POR BAIXO

Dátolo
Não conseguiu repetir na Libertadores as grandes exibições do ano passado e começa o Brasileiro com a missão de recuperar o prestígio junto à torcida

Cárdenas
Uma das quatro contratações alvinegras em 2015, em nenhum momento teve uma sequência de jogos. Perdeu espaço e em alguns jogos tem ficado fora do banco de reservas

Thiago Ribeiro
Escalado por Levir nos dois confrontos diante do Internacional, rendeu abaixo do esperado. Terá de ser mais regular e útil na Série A

Carlos
Foi titular na conquista da Copa do Brasil, no ano passado, mas desde então não conseguiu jogar bem em duas ou três partidas consecutivas. Encara o Brasileiro como desafio extra para manter a regularidade