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Falhas derrubam o sonho
Atlético repete erros individuais contra o Internacional, perde por 3 a 1 e está fora da competição. Time reclama de pênalti em Jô. Foco agora é o Campeonato Brasileiro
Os mais de 1,5 mil atleticanos presentes em Porto Alegre tentaram apoiar os mineiros como nos jogos no Independência. Mas a torcida gaúcha também fez sua parte e incentivou a equipe do começo ao fim. Na realidade, o trunfo do Inter foi contar com um grupo bastante equilibrado, com boas peças de reposição. Terceiro melhor na fase de grupos, o colorado se firmou entre os favoritos à conquista da Libertadores e, nas quartas de final, vai encarar o Santa Fe-COL, que eliminou o Estudiantes.
Curiosamente, as falhas individuais também destruíram o Galo no empate por 2 a 2 no jogo de ida, no Independência, há uma semana. Naquela ocasião, os laterais Marcos Rocha e Douglas Santos foram vilões. Ontem, Leonardo Silva e Dátolo cochilaram no primeiro e no terceiro gol dos donos da casa – o segundo teve a maestria do argentino D’Alessandro, grande destaque dos gaúchos. O Galo até reclamou, com justiça, de pênalti do zagueiro Juan no atacante Jô no segundo tempo, que poderia ter levado ao empate e, consequentemente, à possibilidade de decisão por pênaltis.
A partir de agora, a pressão cresce sobre o Galo nas duas competições que tem a disputar: o Campeonato Brasileiro (joga domingo, com o Fluminense, no Mané Garrincha), título que o torcedor não vê há 44 anos, e a Copa do Brasil, em que o alvinegro luta pelo bi e entra diretamente nas oitavas de final. Voltar à Libertadores no ano que vem se torna o objetivo imediato para os jogadores amenizarem a tristeza pela eliminação.
Mas o que fica de positivo é a luta dos jogadores, característica habitual do Atlético. Mesmo fora de casa, o time tomou a iniciativa de atacar e mostrou disposição, embora tenha faltado organização e atenção em certos momentos. Para o goleiro Victor, o saldo é positivo: “O Internacional foi mais eficiente do que nós. Tivemos nossos erros e não conseguimos reagir. Mas valeu pelo empenho e temos de manter esse espírito no Brasileiro”.
O técnico Levir Culpi minimizou os erros dos defensores e valorizou tudo o que os jogadores fizeram ao longo da competição: “O desempenho foi parecido e talvez superior ao jogo de BH. Perdemos a classificação, mas não saímos derrotados, porque não fomos inferiores. Acho que fomos superiores em ambos e lutamos muito nesta Libertadores. Mas não podemos tirar o mérito do Inter, que acertou no principal fundamento, a finalização”.
Com a queda nas oitavas de final, o clube amarga prejuízo financeiro. Se passasse de fase, receberia um prêmio de R$ 1,8 milhão, além da renda do jogo no Independência, que seria de pelo menos R$ 1 milhão.
SUPERIOR O jogo foi movimentado do começo ao fim e teve todos os ingredientes de drama e emoção. O Atlético começou mais incisivo e arriscando no ataque com Luan, Lucas Pratto e até o lateral Douglas Santos. Mas o alvinegro viu o adversário chegar e abrir o placar. Depois de receber lançamento de trás, o prata da casa Valdívia tocou por cima de Victor, que estava adiantado. O Galo em nenhum momento se desesperou e continuou pressionando. Chegou a marcar com Jemerson, de cabeça, depois de escanteio. No entanto, o árbitro assinalou falta de Leonardo Silva em Rodrigo Dourado.
A situação ficou ruim para o Galo depois que D’Alessandro construiu a jogada, enganou os marcadores e marcou belo gol no ângulo direito de Victor, ainda no primeiro tempo. Era necessário fazer algo e Levir Culpi, logo no intervalo, pôs Maicosuel e Giovanni Augusto nos lugares de Leandro Donizete e Thiago Ribeiro, respectivamente. A postura melhorou consideravelmente, com toque de bola e ganho nos rebotes.
O gol de Lucas Pratto, completando jogada inteligente de Maicosuel, devolveu a esperança de classificação aos alvinegros. Havia tempo de sobra para o empate. Luan chegou a mandar uma bola na trave. Mas o lance mais polêmico ocorreu em seguida: o pênalti claro em Jô, gerando muita reclamação de Levir. Enquanto o Galo tentava lutar com todas as forças – principalmente nas investidas de Patric pela direita – o Inter se salvava a todo custo. O lance fatal para o Galo ocorreu a minutos do fim. Ao tentar recuar uma bola de cabeça para Victor, Dátolo acabou entregando nos pés de Lisandro López. O argentino não perdoou. A classificação dos gaúchos estava assegurada. Não havia mais esperanças de buscar a vaga. O Galo estava derrotado, mas saiu de cabeça erguida da competição.