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Wagner fala sobre bastidores por prêmio da Libertadores'2009 e revela mágoa com torcida
Episódio até hoje causa muita revolta em grande parte dos cruzeirenses
Antes da decisão da competição continental de 2009, Wagner disse que liderou as negociações pelo prêmio ao lado de Fábio e Marcinho. Essa discussão dominou os bastidores do clube antes da partida de volta, em Belo Horizonte. No primeiro jogo, o clube celeste conseguiu bom resultado, ao empatar na Argentina, por 0 a 0. Ambiciosos, os atletas queriam a bilheteria completa do segundo jogo da final entre Cruzeiro e Estudiantes, no Mineirão. Contudo, o presidente celeste na época, Zezé Perrella, rechaçou essa possibilidade. Em seguida, os jogadores acertaram um valor e debateram entre si como seria feita a partilha. Não houve consenso. Um titular que não jogou uma das semifinais estava, segundo Wagner, barrando o acordo.
“Antes da final, fomos falar sobre premiação. Fui eu, o Marcinho, o Fábio. E fomos conversar com o Maluf. Pedimos que a renda fosse destinada aos jogadores. O Zezé Perrella, impressionante, parece que ele tem uma calculadora na cabeça, ele pensou e falou ‘não, não, vocês vão ganhar muito dinheiro’. E a briga foi porque um jogador titular que jogou a semifinal ganharia 5 mil (valor fictício) se jogasse uma partida e 10 mil (valor fictício) se jogasse as duas. Só que quem foi para o banco nas duas partidas e não entrou ganharia mais do que esse jogador que só jogou uma partida e era titular. Nesse momento eu falei ‘cara, a gente tem a oportunidade de ganhar a Libertadores, você está pensando em mil reais, dois mil reais, vai ficar um legado para o resto da vida’. Falei: ‘Fábio, tira mil do meu, mil do seu, vamos juntar a gente dá para esse cara e pronto, acabou’”, revelou.
Dos titulares do Cruzeiro, três não jogaram uma das duas semifinais contra o Grêmio: Gerson Magrão, Ramires e Henrique. Wagner não revelou o nome do jogador. O time base era formado por Fábio; Jonathan, Leonardo Silva, Thiago Heleno e Gérson Magrão; Henrique, Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner; Wellington Paulista (Thiago Ribeiro, outro que sempre estava em campo) e Kléber. É bom ressaltar que Adilson Batista mudava sempre de formação de acordo com o adversário e com sua tática de jogo.
“Só que ai a gente se acertou (os jogadores acertaram a forma de premiação). Depois eu fui para Rússia, e começaram a falar muitas coisas por lá (Minas Gerais) e eu não tinha como acompanhar. Falaram que fui eu que briguei por dinheiro”, completa Wagner.
A discussão entre os jogadores por dinheiro acabou vazando. Alguns jogadores, como o próprio Wagner, ficaram marcados pelo torcedor. Em fevereiro, Marquinhos Paraná, em entrevista ao Superesportes, também comentou o caso. “O correto era dividir igual”, disse. Wagner falou sobre as declarações do volante à reportagem. “Marquinhos Paraná falou tudo isso, que teve confusão, mas não citou nome e jogaram tudo na minha culpa”.
“Devo muito ao Cruzeiro, as pessoas lá de dentro sabem disso. Mas colocar uma culpa que não tem nada a ver nas minhas costas não dá”, finaliza Wagner.