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Brasilia, o time que 'desapareció' do futebol de El Salvador

Assim como o xará candango, equipe salvadorenha não disputa nenhuma divisão

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Você sabia que o Brasilia não disputa nenhuma divisão a nível nacional? Não seria nenhuma novidade se estivéssemos falando do colorado do Plano Piloto, que não se classificou para a Série D deste ano e acabou rebaixado no Candangão em 2017. A curiosidade é que a equipe em questão é o Club Deportivo Brasilia, time de El Salvador, com nome em homenagem à capital do Brasil.

O time nasceu no ano que Juscelino Kubitschek fundou Brasília, em 1960. Em um primeiro momento, o clube se chamava Xotlan, mas, depois de alguns meses, em homenagem à nova cidade brasileira e ao fato de a Seleção verde-amarela ter sido a última campeã mundial (1958), os fundadores resolveram trocar a alcunha da equipe de Suchitoto, um pequeno município do departamento de Cuscatlán, em El Salvador.

Assim como o futebol da cidade que o clube homenageia, o Club Deportivo Brasilia não vive seus melhores dias nos campos salvadorenhos. Apesar de nunca ter chegado à elite do país, o Brasilia viveu momentos de glória e esteve muito perto do acesso em 2012, quando chegou à decisão da Série B e acabou derrotado pelo Santa Tecla na prorrogação. Atualmente, a equipe não joga nenhuma divisão no país. O perfil oficial da Série C local não soube responder o que aconteceu com o time, mas é fato que ficou de fora das disputas desta temporada.
 
Jorge "Magico" Gonzalez, um dos maiores jogadores da história de El Salvador e vice-artilheiro da história da seleção nacional, com 21 gols, já vestiu a camisa do time que homenageia a capital brasileira em algumas partidas amistosas. Ele tem passagens por Cádiz e Valladolid, da Espanha.

O lateral Eduardo Cuestas, de 24 anos, vestiu a camisa do Brasilia em 2014/15 e conta que a má fase da equipe começou com a falta de pagamento dos salários dos atletas. "Era bonito jogar lá, os torcedores iam apoiar, mas não havia dinheiro e os jogadores não rendiam por causa disso", lembra o salvadorenho, que agora defende o Ilopaneco, da segunda divisão local. Sobre o ex-clube, ele não faz ideia de quando o time voltará a jogar um campeonato nacional. "Na verdade eles desapareceram", diz. 

O clube mandava seus jogos no Estadio Municipal La Ciudad de Suchitoto, com capacidade para, no máximo, mil torcedores. O uniforme principal da equipe, claro, é nas cores verde e amarela, em homenagem ao Brasil. Cuestas, inclusive, é fã de vários jogadores brasileiros. "Daniel Alves, Maicon e Ronaldinho são meus ídolos daí", comenta. 

Além da admiração pelos atletas, ele também diz que, apesar de não se considerar um torcedor, gosta do Santos por causa de Neymar, quando a televisão de El Salvador mostrava jogos do Peixe. Em uma conta de uma rede social, o jogador aparece em uma foto com uma camisa de torcida da Seleção Brasileira.
 
*Estagiário sob a supervisão de Braitner Moreira