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'Filho de peixe': confira histórias de atletas que seguiram os passos dos pais no esporte
Herdeiros sonham em repetir feitos dos pais, que são destaque em sua modalidade
O que os medalhistas Ana Flávia (bronze na Olimpíada de Atlanta’96), Gersão (ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis’87), Marcos Mattioli (bronze nos Jogos Olímpicos de Moscou’80) e o técnico e ex-jogador de futebol Marcelo Oliveira (bicampeão brasileiro com o Cruzeiro) têm em comum? Todos têm filhos que seguiram seus passos, são atletas, nem sempre na mesma modalidade que os pais, mas todos sonham, um dia, chegar ao mesmo nível deles e, principalmente, disputar uma Olimpíada representando o Brasil.
A meio de rede Ana Flávia, de 47 anos, casada com o também ex-jogador de vôlei Nivaldo, conta que sofreu para deixar a filha Eduarda, a Duda, de 13, jogar: “Fiquei apavorada. Ficava imaginando as pessoas chegando e perguntando sobre ela. Vai ser como a mãe? Era a pergunta que mais temia. E isso ocorreu, inúmeras vezes. Chegava a chorar com a pergunta.”
Duda, que hoje está no Minas, não começou a jogar no clube. “Ela pediu para jogar. Levei-a para o curso básico do Mackenzie, com 9 anos. Não queria que fosse no Minas. Com 11, tive de escolher. Aí, a trouxe para o MTC. Sempre houve pressão, uma cobrança em cima dela. Em cima de mim também, pois vinha ver jogo e era cobrada. Foi muito difícil, mas agora estou acostumada. Ela se cobrava muito. Hoje vejo com satisfação o resultado”, conta Ana Flávia.
Duda ficou sabendo da história dos pais com o vôlei ainda pequena. “Eles contavam histórias, principalmente sobre Olimpíada. Meu pai, uma vez, me mostrou um vídeo de jogo da minha mãe em Atlanta. Passei a gostar ainda mais de vôlei. Não penso em ser como minha mãe, mas quero ser uma boa jogadora e quero chegar à Olimpíada.”
Além do desafio da quadra, Duda diz que o mais difícil é estudar. “Tenho de conciliar a escola com o esporte. Mas tem dado certo. Nunca tomei bomba.”
Gérson Victalino, ou simplesmente Gersão, de 58 anos, é um fenômeno do esporte. Começou tarde no basquete, aos 17 anos, no Ginástico. Dois anos mais tarde, chegou à Seleção Brasileira como pivô, e a partir daí era nome certo em todas as convocações. Mas ele é também uma espécie de fábrica de atletas.
São quatro filhos, todos esportistas. Gersinho, de 33, chegou a disputar o Campeonato Brasileiro, mas acabou optando pela nova modalidade desse esporte, o 3 x 3. A filha mais velha, Joyce, de 30, jogou vôlei no Mackenzie, Minas e São Caetano. Mas, ao se casar, acabou abandonando as quadras. Areta, de 18, estuda e joga vôlei na Saint Benedict Preparatory School, nos EUA, onde ganhou uma bolsa por causa do esporte. Bryan, o mais novo, com 12, segue os passos do início de carreira do pai. Está no Ginástico e também é pivô.
“Foi o Bryan quem pediu para jogar. Não tive dúvidas em trazê-lo para o Ginástico. Tenho medo, pois sei que a cobrança será grande”, conta Gersão. Bryan diz que desde pequeno escutava a mãe, Jandira, contar histórias sobre o pai. “A primeira história foi do Pan. Ganharam dos EUA dentro da casa deles. Quero estudar, estou no 7º ano, mas também quero jogar. Estou na equipe Sub-13 do Ginástico. Jogo pra ganhar, sempre. Quero ser campeão com meu clube, e quero chegar à Seleção Brasileira e à Olimpíada.” O menino tem 1,85m, apesar de ter 12 anos. Gersão tem 2,05m.
Na piscina, Marcos Mattioli, de 57 anos, fez história. É o único nadador mineiro medalhista olímpico no revezamento 4x200m livre, junto com Djan Madruga, Cyro Delgado e Jorge Fernandes. E foi justamente a natação a escolha de seu filho Rafael, de 26, integrante da equipe do Minas e que esteve a poucos segundos de disputar os Jogos Olímpicos Rio’2016. Com 5 anos o menino foi levado para a piscina pelo pai. “Ele sempre quis”, diz Marcos, que acaba de se tornar tricampeão mundial de master nos 100m livre.
“Desde os 10 anos estou na equipe de competição do Minas. No início queria ser como meu pai. Sabia que era uma escada muito longa que tinha de subir para chegar ao mesmo patamar. Hoje, vejo diferente. Procuro melhorar a cada dia. Existe, sim, uma pressão, por carregar o nome do meu pai. Eu me cobro muito, mas tenho um prazer muito grande quando nado”, conta Rafael.
Marcos conta que o fato de levar o filho para a natação foi para que ele praticasse um esporte, o que para ele faz parte da educação. “Não a ambição de que fosse nadador. Mas, quando resolveu, confesso que não tinha ideia da carga que ele teria de carregar. Uma competição gera grande expectativa nele e em mim também. Os amigos cobram resultados. Quero meu filho feliz. Por isso, sou ansioso até hoje”.
O técnico Marcelo Oliveira, de 62 anos, é o espelho do filho Rafael, de 14, que joga futsal no Minas. Aos 5 anos, Marcelo colocou o menino na escolinha de futebol society que tinha perto de sua casa. Há dois anos ele está no Minas. Joga de pivô. O começo no futsal foi em função dos amigos. “Meu pai não influenciou na minha escolha. Era sócio do Minas e jogava pelada com meus amigos. Eles resolveram fazer o teste para a equipe, há dois anos. Fui junto e acabei aprovado”.
Segundo Rafael, o pai dá a maior força. “Ele me apoia. Sempre que está aqui vai aos jogos. Quando está fora, como agora, no Coritiba, pergunta como foi o jogo, se joguei bem, se fiz gol. Quando vê os jogos, fala dos erros que cometi. É bom, ajuda muito”.
Mas a sombra do pai está sempre por perto, afinal de contas, Marcelo se destacou jogando pelo Atlético e pela Seleção Brasileira. “Sempre que as pessoas ficam sabendo quem é meu pai, vêm contar histórias de quando ele jogava. Querem saber se não vou tentar o futebol de campo também. Não sei. Mas isso não importa”.
O pai, coruja, gosta que o filho jogue futsal. “É importante praticar um esporte. Isso ajuda na formação do cidadão. É bom que ele tenha essa atividade. O esporte ajuda no convívio com outras pessoas. Ali você aprende que tem de ajudar os companheiros.”
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‘Vai ser como a mãe?’
Duda, que hoje está no Minas, não começou a jogar no clube. “Ela pediu para jogar. Levei-a para o curso básico do Mackenzie, com 9 anos. Não queria que fosse no Minas. Com 11, tive de escolher. Aí, a trouxe para o MTC. Sempre houve pressão, uma cobrança em cima dela. Em cima de mim também, pois vinha ver jogo e era cobrada. Foi muito difícil, mas agora estou acostumada. Ela se cobrava muito. Hoje vejo com satisfação o resultado”, conta Ana Flávia.
Duda ficou sabendo da história dos pais com o vôlei ainda pequena. “Eles contavam histórias, principalmente sobre Olimpíada. Meu pai, uma vez, me mostrou um vídeo de jogo da minha mãe em Atlanta. Passei a gostar ainda mais de vôlei. Não penso em ser como minha mãe, mas quero ser uma boa jogadora e quero chegar à Olimpíada.”
Além do desafio da quadra, Duda diz que o mais difícil é estudar. “Tenho de conciliar a escola com o esporte. Mas tem dado certo. Nunca tomei bomba.”
Fábrica de talentos
São quatro filhos, todos esportistas. Gersinho, de 33, chegou a disputar o Campeonato Brasileiro, mas acabou optando pela nova modalidade desse esporte, o 3 x 3. A filha mais velha, Joyce, de 30, jogou vôlei no Mackenzie, Minas e São Caetano. Mas, ao se casar, acabou abandonando as quadras. Areta, de 18, estuda e joga vôlei na Saint Benedict Preparatory School, nos EUA, onde ganhou uma bolsa por causa do esporte. Bryan, o mais novo, com 12, segue os passos do início de carreira do pai. Está no Ginástico e também é pivô.
“Foi o Bryan quem pediu para jogar. Não tive dúvidas em trazê-lo para o Ginástico. Tenho medo, pois sei que a cobrança será grande”, conta Gersão. Bryan diz que desde pequeno escutava a mãe, Jandira, contar histórias sobre o pai. “A primeira história foi do Pan. Ganharam dos EUA dentro da casa deles. Quero estudar, estou no 7º ano, mas também quero jogar. Estou na equipe Sub-13 do Ginástico. Jogo pra ganhar, sempre. Quero ser campeão com meu clube, e quero chegar à Seleção Brasileira e à Olimpíada.” O menino tem 1,85m, apesar de ter 12 anos. Gersão tem 2,05m.
Pressão e prazer na água
“Desde os 10 anos estou na equipe de competição do Minas. No início queria ser como meu pai. Sabia que era uma escada muito longa que tinha de subir para chegar ao mesmo patamar. Hoje, vejo diferente. Procuro melhorar a cada dia. Existe, sim, uma pressão, por carregar o nome do meu pai. Eu me cobro muito, mas tenho um prazer muito grande quando nado”, conta Rafael.
Marcos conta que o fato de levar o filho para a natação foi para que ele praticasse um esporte, o que para ele faz parte da educação. “Não a ambição de que fosse nadador. Mas, quando resolveu, confesso que não tinha ideia da carga que ele teria de carregar. Uma competição gera grande expectativa nele e em mim também. Os amigos cobram resultados. Quero meu filho feliz. Por isso, sou ansioso até hoje”.
Espelho no futebol
Segundo Rafael, o pai dá a maior força. “Ele me apoia. Sempre que está aqui vai aos jogos. Quando está fora, como agora, no Coritiba, pergunta como foi o jogo, se joguei bem, se fiz gol. Quando vê os jogos, fala dos erros que cometi. É bom, ajuda muito”.
Mas a sombra do pai está sempre por perto, afinal de contas, Marcelo se destacou jogando pelo Atlético e pela Seleção Brasileira. “Sempre que as pessoas ficam sabendo quem é meu pai, vêm contar histórias de quando ele jogava. Querem saber se não vou tentar o futebol de campo também. Não sei. Mas isso não importa”.
O pai, coruja, gosta que o filho jogue futsal. “É importante praticar um esporte. Isso ajuda na formação do cidadão. É bom que ele tenha essa atividade. O esporte ajuda no convívio com outras pessoas. Ali você aprende que tem de ajudar os companheiros.”
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