Como as águas do Rio São Francisco que unem Pernambuco e Bahia, o show Deu Match é o ponto de encontro das vozes e dos corações de Martins e Josyara. A admiração mútua entre o recifense e a juazeirense evoluiu para uma amizade genuína, que agora se manifesta de forma ainda mais intensa no espetáculo inédito. A estreia nacional ocorre nesta sexta-feira (14), na Caixa Cultural Rio de Janeiro, onde fica em cartaz até domingo. Depois do Rio, passará por Brasília, Fortaleza, São Paulo e Curitiba.
André Brasileiro reforça a proposta de um encontro autêntico entre talentos nordestinos, sem banda de apoio, como se estivessem na intimidade de casa, onde cantam suas verdades mais profundas. “Ambos são moldados por uma infinidade de influências, como o Vale do Pajéu, o Rio São Francisco, o Capibaribe, e todos esses compositores que os precederam. Mas, acima de tudo, eles estão construindo a própria identidade, com suas referências e com a poesia do presente. Este show fala do hoje, da sua música, do seu momento”, expressa.
Martins promove o repertório do segundo álbum solo, Interessante e obsceno (2023), apresentado há dois anos. O cantor celebra a oportunidade de “dar match” no palco com a amiga, unindo seus universos de forma intimista. “Quando estou perto de uma mulher tão forte, me sinto fortalecido também”, exalta. Já Josyara faz um esquenta para o seu quarto álbum, Avia, em que regrava divas inspiradoras como Anelis Assumpção e Cátia de França, além de trazer inéditas. “O disco mostra esse lugar onde eu desejo estar, um espaço de troca com as pessoas que admiro e com quem compartilho minha arte”, destaca.
Na visão de André Brasileiro, fazer um registro ao vivo do espetáculo é indispensável para preservar a memória. “Acredito que o show precisa ser registrado fonograficamente, pois ele representa a história deles e da música brasileira, que está sendo construída todos os dias. A música nordestina, que tem uma presença marcante no show, é feita por compositores nordestinos cantando outros compositores e compositoras da região. Isso é extremamente significativo e uma celebração do seu lugar, da sua identidade”.