Ano passado, o trono do brega estava dividido entre Raphaela Santos e Priscila Senna no projeto Juntas e Misturadas, que passou pelo Galo da Madrugada com um camarote especial e encerrou com a gravação de um DVD. Porém, o lançamento do projeto audiovisual foi interrompido após um desentendimento de Raphaela com a RME Produções — o escritório que também gerencia a carreira de Priscila — por conta de pendências financeiras. Agora, ela integra a Camarote Shows, mesma produtora de Wesley Safadão, e abre sua nova jornada com o DVD Chama no Bregão, que será gravado nesta quinta-feira, no Classic Hall, a partir das 20h.
Raphaela revelou detalhes sobre sua apresentação, seus planos de carreira e, também, sobre o futuro do brega, em uma coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, no Classic Hall, com a presença do Viver. Mesmo chegando uma hora depois do previsto, a simpatia da artista logo fez com que os jornalistas se esquecessem do atraso com seu carisma e empolgação. ”É uma fase muito especial e sou muito grata por tudo o que tem acontecido. O que os fãs podem esperar? Uma estrutura grandiosa e maravilhosa, feita do jeitinho que eles merecem. E, claro, vamos ter músicas incríveis, pois além da estrutura impecável e de looks que prometem, o repertório tem que ser bom, não é? Pode ter certeza que será uma noite repleta de músicas ótimas, tanto inéditas quanto regravações”, adianta.
Raphaela se prepara para fortalecer seu protagonismo no coração do público pernambucano e ampliar sua presença nacional. Para isso, reúne nomes populares em Chama no Bregão, como a diva paraense Joelma, além de Natanzinho Lima, Yara Tchê, Heitor Costa e Noara Marques. No entanto, foi o nome de Wesley Safadão que mais chamou sua atenção ao descobrir que a parceria seria possível. “Quando fui questionada sobre um artista que eu gostaria de ter ao lado, logo pensei: ‘Ah, se o Wesley pudesse...’. E os empresários responderam na hora: ‘Com certeza’. Fico muito feliz por essa parceria, até porque sei o quanto ele é querido no nosso estado. Além disso, ele tem sido incrível, demonstrando um interesse genuíno pelo projeto, querendo acompanhar cada detalhe. Isso torna tudo ainda mais especial para mim”, destaca.
Sob o reinado do brega, sotaques e ritmos vão se entrelaçar no palco do Classic Hall, onde cada convidado cantará, ao lado de Raphaela, uma inédita e um clássico do gênero. “Mesmo nas canções novas, o brega estará sempre presente, seja na levada, na essência ou em pequenos detalhes que remetem ao estilo de cada artista. No fim das contas, será tudo brega”, antecipa. Um dos sucessos mais aguardados pelo público é Só Dá Tu, adaptação brasileira de I Got You, que fez tanto barulho que chegou até a estrela do pop mundial Bebe Rexha, autora da versão original.
Oito anos após o sucesso viral, Raphaela acumula hits em sua carreira solo. "Fico até boba quando faço show no Maranhão ou em Fortaleza, por exemplo, e vejo a galera reconhecendo músicas como Quem é o Louco Entre Nós, Seu Mentiroso ou Eu Não Sou Ela. Tenho certeza de que 2025 será o ano do brega", projeta. Com seu nome consolidado no Nordeste, a artista mira voos mais altos para conquistar novos palcos ao redor do Brasil. "Já sou conhecida aqui, na Paraíba, em Alagoas, no Rio Grande do Norte... Agora, o que os meninos da Camarote Shows querem é fazer minha imagem circular por todo o país", explica.
Raphaela está voando, mas sempre com os pés fincados em Pernambuco e determinada a levar Chama no Bregão aonde quer que possa ir nos próximos meses.‘’É um projeto grandioso, que não vai sair do nosso foco tão cedo. Foi por isso que escolhi esse nome. É preciso entender que eu continuo cantando o que é nosso, levando o nosso ritmo e a nossa cultura para novos lugares. Não importa onde o brega esteja, queremos levá-lo ainda mais longe”.
Nesta nova fase, Raphaela amplia sua atuação no mercado e passa também a administrar carreiras de artistas em busca de espaço no brega, como a própria Noara Marques, através da produtora Top Work. “Poder realizar meus sonhos e, ao mesmo tempo, ajudar outras pessoas a realizarem os delas é uma sensação incrível”, celebra. Assim como Alcione canta para o samba não morrer, Raphaela trilha um caminho semelhante para o brega. “Não basta apenas uma ou duas vozes cantando, é preciso ter muitas bandas, muitos artistas para que o brega ganhe ainda mais espaço. Em Pernambuco, temos um celeiro de talentos incríveis, e eu acredito que podemos crescer ainda mais, trazendo mais visibilidade para quem luta há tanto tempo pelo ritmo”. Se Pernambuco é o coração do brega, Raphaela é a voz que o faz bater mais forte. Só dá ela.