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Empregada doméstica lança livro sobre 50 anos de trabalho nesta sexta (14)

Vera Lúcia da Silva relembra em 96 páginas as situações sofridas com seus patrões ao longo das décadas e trabalho, além das privações da sua família


Nesta sexta-feira (14), a Livraria do Jardim, no bairro da Boa Vista, vai receber o lançamento do livro Espanador Não Limpa Poeira: Memórias e Aprendizados de uma Empregada Doméstica, escrito por Vera Lúcia da Silva, de 62 anos, que relata e reflete as cinco décadas de trabalho doméstico. O evento começa às 18h e tem entrada gratuita, através de inscrição pelo site Sympla.

No livro, a autora conta desde o momento em que começou, aos 12 anos, passando pelos anos marcados por procenceito, resiliência e superação. Nascida no Engenho Palma, em Sirinhaém, Zona da Mata Sul de Pernambuco, Vera Lúcia migrou para o Recife aos 14 anos, carregando nas malas as marcas da exploração e das condições precárias do trabalho doméstico. Mãe solo de três filhas, ela dedicou sua vida a garantir um futuro melhor para elas, incentivando-as a estudar e a buscar oportunidades que ela mesma não teve.

Nos anos 1990, Vera trabalhou na Biblioteca do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFPE, onde limpava livros com um cuidado que chamou a atenção de Wedna Galindo, então professora do Departamento de Psicologia. Foi a partir desse encontro que surgiu a ideia de transformar as memórias de Vera em um livro.

A obra, com 96 páginas, é dividida em cinco partes que abordam desde a infância no interior até reflexões sobre dignidade e respeito no trabalho doméstico. Entre os destaques da publicação, há capitulos que narram casos de assédio sexual, racismo, acidentes de trabalho e privação alimentar, sofridos pela autora, por parte de alguns patrões e seus familiares. 

O lançamento contará com uma mesa de debate composta pela autora Vera Lúcia; Wedna Galindo, psicóloga, professora da UFPE e coautora do livro; Taciana Ferreira, responsável pela coordenação editorial; e o jornalista e assessor de imprensa, Salatiel Cícero. Também compõe a mesa, a prefaciadora e professora, Kaliani Rocha. A conversa promete abordar temas como invisibilidade social, empoderamento feminino e a importância de dar voz a histórias como a de Vera.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco