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Retrospectiva 2024: Exposições de destaque na cena artística pernambucana

Entre obras de grandes artistas locais e mostras prestigiadas de nomes de peso de fora, confira alguns trabalhos que chamaram atenção ao longo ano

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Este ano foi representado por uma imensa variedade entre as mostras apresentadas por grandes artistas pernambucanos e trazidas por nomes fortes de fora. Alceu Valença, Jeff Alan, centenários de consagrados e célebres nomes estrangeiros figuram na lista que marcou 2024.
 
Entre os nomes recifenses, o Mercado Eufrásio Barbosa marcou este final de ano com a beleza das telas de Tânia Carneiro Leão. Aos 88 anos, a artista plástica reuniu 80 peças na exposição ‘Jogos Frutais’, título inspirado na obra de João Cabral de Melo Neto.

Momento de grande representação internacional logo no começo do ano, a obra ‘Generator’ foi a primeira exibição da artista sérvia Marina Abramovi%u0107 em espaço aberto ao público no Brasil, onde a prática da moagem de cana deu lugar às 40 obras e instalações que compõem o acervo do Parque Artístico-Botânico Usina da Arte na antiga Usina Santa Terezinha, Mata Sul de Pernambuco – trazendo um muro com 25 metros de comprimento, 3 de altura e 2,5m de largura no qual foram aplicados 12 conjuntos com três almofadas do mineral originário de Minas Gerais.

O início das comemorações do centenário de um dos maiores artistas plásticos pernambucanos foi marcado pelas exposições ‘Hora, substantivo feminino’, na Feira de Arte Contemporânea, no espaço Nosso Quintal, e ‘Abelardo da Hora: 100 anos’, na Galeria Terra Brasilis, que se debruçaram sobre diferentes fases da carreira de Abelardo. O clima de homenagens também ficou por conta da exposição imersiva ‘O Auto de Ariano, o realista esperançoso’, que trouxe a iconografia de Ariano Suassuna ao Espaço de Eventos do RioMar Recife neste que marca os 10 anos de seu falecimento.

Outra imersiva que chegou ao shopping foi a mostra ‘Michelangelo: O mestre da Capela Sistina’, que trouxe espaços dedicados à história do italiano e uma série de curiosidade sobre sua obra, com réplicas de esculturas famosas como Madonna da Escada. O RioMar recebeu também a celebração do centenário do pernambucano José Corbiniano Lins, com a exposição ‘100 anos de Corbiniano: A festa!’ exibindo 80 de suas obras, com mais da metade para venda.

Na Galeria Marco, em Boa Viagem, a mostra 'Siron Franco: De dentro do Cerrado' reuniu cerca de 50 obras do artista goiano, entre pinturas e esculturas que refletem as suas principais inspirações a partir da vivência no cerrado brasileiro, denunciando a exploração dos recursos naturais e colocando um olhar sensível sobre a causa indígena.
Após trazer ao Recife a exposição ‘Comigo Ninguém Pode: A pintura de Jeff Alan’, o artista recifense começou a rodar pelo Brasil com este trabalho que reúne diversas peças, tornando-se, de acordo com ele mesmo, a sua maior entrega até hoje. A representação da arte negra também ganhou protagonismo através do Museu do Estado de Pernambuco, com o evento Cultura Negra: Resistência e Voz, realizado pela Sociedade dos Amigos do Museu e pela FUNDARPE. A Feira das Mulheres Pretas-Afroempreendedoras no Feminino Negro reuniu um coletivo de mulheres pretas para trazer ao público trazendo ao público uma variedade de produtos e serviços, com roda de diálogos e oficina, que exaltam a cultura negra e o protagonismo feminino. 

Destaque também do Museu do Estado, a mostra ‘João Câmara 80 anos: Pinturas Digitais, a terceira do artista no equipamento cultural e em uma ocasião especial, trouxe trabalhos produzidos nos últimos 20 anos pelo paraibano dentro de um formato que reinventou parte do seu processo e o fez refletir sobre a transformação de sua obra através do tempo. Em um ano cheio de efemérides, o Museu contou ainda com a celebração do centenário do escritor pernambucano Osman Lins, ocasião festiva com o desfile de moda da estilista Eliane Mello e exposição dos artistas Álvaro Caldas, Clériston Andrade, Timóteo, Jéssica Martins, Rikia Amaral, Tereza Pernambucano, Vânia Notaro, Fabiola Pimentel e Antônio Henrique.

Também no Museu do Estado ocorreu este ano o lançamento do livro ‘Reynaldo Fonseca’, publicação de capa dura assinada por Denise Mattar e Maurício Redig de Campos de capa dura que faz um conjunto de obras de toda a produção do pintor e muralista desde 1930 até a sua morte, em 2019, mostrando seu significado e influência na arte nacional no Recife e no Brasil. Já na Casa Estação da Luz, em Olinda, mais de 200 peças de diferentes acervos foram reunidas para a grande exposição ‘Alceu Valença, uma geografia visceral nordestina’, que mergulhou no imaginário da região para explorar a obra do artista e como ela foi influenciada pelo universo onde viveu. Enquanto isso, no Parque Dona Lindu, a exposição ‘Elas Pintam o 7’, projeto cultural da Galeria Janete Costa, buscou o destaque ao talento de artistas pernambucanas com obras também exibidas no gabinete da vice-prefeita Isabella de Roldão.

Evento cultural icônico do estado e que marcou a primeira quinzena do mês de julho, a 24ª Feira Nacional de Negócios de Artesanato (Fenearte) teve como tema ‘Sons do Criar – Artesanato que toca a gente’, reverenciando a capacidade de emocionar dos artesãos, com mais de 5 mil exibidores de sua arte ao longo dos dias, além de shows, oficinas e desfiles de moda.

O Paço do Frevo não ficou atrás e, entre as suas muitas mostras e eventos, destacou-se a 'Mancha de Dendê Não Sai – Moraes Moreira', que tomou conta dos três andares do equipamento com uma imersão na vida e na obra do cantor e compositor baiano. E, entre as principais exposições de fotografias que chegaram à capital, impressionou o trabalho de Valéria Gomes em ‘Santuário do Silêncio’, que chegou ao Cais do Sertão transportando o público recifense às paisagens imponentes do Vale do Catimbau. Já a mostra ‘Cuba Pernambucana’, da multiartista Mery Lemos, apresentou na Arte Plural Galeria, no Recife Antigo, a riqueza da cultura cubana através dos seus registros em 30 imagens poderosas.