Neste ano, que completa o centenário de Maria do Carmo Campello de Melo, a poesia ganha ainda mais destaque com o lançamento, através da Cepe Editora, do livro Íntimo idioma, às 19 horas, no Auditório Mauro Mota da Academia Pernambucana de Letras, nas Graças, que reúne a obra da autora ao longo de 376 páginas. Na ocasião, haverá uma curta apresentação da Orquestra dos Médicos e a ainda a recitação de poemas dela pelos atores José Mário Rodrigues, Adriano Cabral e Sônia Bierbard, a organizadora da publicação.
Nascida no Recife em 21 de julho de 1924 e falecida na sua cidade natal em 23 de julho de 2008, Maria do Carmo foi bacharel e licenciada em Letras Clássicas e Licenciada em Didática de Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia do Recife, além de pós-graduada em Aperfeiçoamento em Literatura e Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Pernambuco. Acumulando experiência na redação do Jornal do Commercio, onde mantinha a coluna 'Nossa Página', a autora ocupou a Cadeira nº 29 da APL e a partir de 1968, com Música do silêncio – 1º Momento: Os símbolos e 2º Momento: Os sobreviventes, publicou diversos livros de poesias, como VerdeVida: O tempo simultâneo, Ser em trânsito, Miradouro, Partitura sem som e outros que marcaram a literatura do estado.
"Desde a minha adolescência eu escrevia poesia como uma forma de registrar e tentar me entender. E eu encontrei na poesia de Carminha um pouco disso e me apaixonei pelo trabalho dela. Quando ela foi tomar posse na APL, me pediu pra fazer uma apresentação, ocasião em que eu fiz de fato um mergulho no trabalho dela", relembra Sônia Bierbard, organizadora, em entrevista ao Viver.
"Nossa relação literária ganhou muita força porque eu vi o quão forte e profunda e o quão importante era essa voz dela, uma mulher madura, casada, religiosa e com uma vida consolidada e feliz, mas que falava da dor humana, de se entender, de uma forma absolutamente verdadeira, que toca as pessoas. A forma como ela criava suas poesias, indo por vários campos da vida, mostrava como existe beleza em vermos as nossas próprias sombras também e em tudo o que está no nosso entorno. Ela ensina a gente a olhar para a vida de uma forma diferente, o que é boa parte do trabalho do poeta mesmo: levantar as pessoas do mundo real e fazê-las observar os 'grandes acontecimentos', como ela dizia, de uma maneira humana", completou Sônia.
Leia a notícia no Diario de Pernambuco