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Paço do Frevo promove encontro histórico de Elefante e Pitombeira

No Dia Nacional do Frevo, que homenageia o jornalista Osvaldo de Almeida, o equipamento cultural terá desfile dos antigos rivais e abertura do tradicional Bloco Lírico Cordas e Retalhos

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Gigantes da história do carnaval pernambucano se reúnem na noite deste Dia Nacional do Frevo para uma festa aberta aos foliões que curtem as tradições do ritmo durante todo o ano, não apenas no período carnavalesco. Celebrando a data, o Paço do Frevo convocou o Elefante e a Pitombeira para um reencontro histórico, após 35 anos, em que as duas agremiações podem festejar em frente ao equipamento cultural, em nome também de um novo momento de união e harmonia, após rivalidades do passado.

 

A partir das 18 horas, o tradicional Bloco Lírico Cordas e Retalhos, fundado em 1998, vai cantar em frente ao museu ao som da Orquestra do Maestro Edson Rodrigues e, simultaneamente, os 70 anos do Clube Carnavalesco Misto Elefante de Olinda e os 77 da Troça Carnavalesca Pitombeira confluem em dois arrastões de frevo na Avenida Rio Branco, cada uma de um lado, até o encontro apoteótico em frente ao Paço do Frevo.

 

Em Pernambuco, a celebração do ritmo no calendário ocorre tanto no dia 9 de fevereiro – data da primeira aparição da palavra “frevo” (encontrada numa edição de 1907 do Jornal Pequeno pelo historiador Evandro Rabelo) – quanto no dia 14 de setembro, instituído nacionalmente em 2009 e tendo como referência o nascimento do jornalista Osvaldo de Almeida, um dos maiores difusores do frevo na mídia.

 

Esse movimento para uma grande brincadeira surgiu em 2023, quando o Paço reuniu o Cariri Olindense e o Homem da Meia-Noite e abriu a festa para todos os foliões da cidade. O desfile pelas ruas em volta do museu relembrou a força simbólica da paz e da alegria promovida pelos festejos de carnaval, capazes de superar incontáveis barreiras.

 

"É uma rivalidade amistosa e afetuosa que precisamos cultivar entre os blocos, jamais brigas. Percebemos que poderíamos fazer outros projetos como esse dando o espaço também para outras agremiações, sempre fazendo essa mistura de frevo de rua com frevo de bloco, além de passistas e suas orquestras", comentou Luciana Félix, diretora do Paço do Frevo, em entrevista ao Viver. "Quando a gente faz essa mistura e coloca o frevo nesse lugar de pódio, percebemos que a missão desse lugar estratégico do Paço, no centro, em frente à Praça do Arsenal, é justamente colocar o frevo no pódio de fruição que ele merece", enalteceu.

 

“Para nós, é uma honra ter recebido esse convite do Paço para celebrar justamente o dia em que se comemora nacionalmente a existência desse patrimônio imaterial de Pernambuco e da humanidade. É uma felicidade grande participar ao lado de outra agremiação histórica do nosso carnaval, a Pitombeira. A gente convida o público para ir com a gente celebrar da melhor forma possível, ao som dos clarins de Momo e do ritmo que faz o corpo e o coração da gente pegar fogo", convocou Juliana Serretti, vice-presidente do Elefante.