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Priscilla firma sua posição como artista pop em novo álbum

Ex-Alcântara, artista atravessa diversos gêneros musicais e resgata sonhos de infância em projeto intitulado Priscilla

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Corajosa, audaciosa ou, simplesmente, Priscilla. Mais pop do que nunca, a cantora Priscilla imprime suas diversas nuances como artista e pessoa no álbum que não só leva seu nome, mas também inaugura sua  nova fase na música. O disco, já disponível nas plataformas, é composto por 16 faixas entrelaçadas por uma trama, embora apresente uma sonoridade heterogênea que transita em diversos gêneros, indo da bossa nova ao pop, com participações de Bonde do Tigrão, Pabllo Vittar e Péricles.

Priscilla, ex-Alcântara, deixa claro que a mudança de nome e aparência há cerca de seis meses foi apenas um aperitivo da ousadia que estava por vir. “Tem tudo de mim aí: rasa, profunda, farofa, cult, caricata, natural. Porque ser gente é ser um monte de coisa ao mesmo tempo ou uma coisa só de cada vez e, dessa vez, eu escolho ser assim”, destaca a cantora de 27 anos. Enyla, o alter-ego criado para a nova era, se impõe em La Reina: “Me chamam de gata, mas sou leoa”, entoa.

Através de Enyla, emerge a criança interior de Priscilla, que almeja realizar o sonho de se tornar uma cantora. Para alcançá-lo, ela projeta uma imagem inabalável e imponente, mas que aos poucos se desfaz durante o álbum, expressando suas fraquezas, até que a ilusão dê lugar aos sentimentos humanos em Unicórnio. “A gente não tem como esconder a nossa vulnerabilidade. No fim do dia não importa a skin que você vestiu, como você performou todo mundo é uma criança que sonha com alguma coisa”. Depois de ver seu sonho de infância se tornar realidade, Priscilla revela a ambição de sonhar mais. “Eu quero chegar ao fim da minha vida com a mesma essência que tive desde o início, como uma criança que sonha”.

Ao longo do processo criativo, que se estendeu por dois anos, a artista embarcou em um ciclo de pesquisa, escrita, revisão, engavetamento e descarte até dominar todos os detalhes de cada uma das 16 faixas. À parte de influências individuais, a construção sonora de Priscilla é moldada em referências colhidas sem restrições. Alguns sons considerados para o disco até mesmo divergiam do gosto pessoal da cantora. Ela se diz contente com o resultado, independentemente como seja a reação do público. “Eu quero vibrar minha satisfação pessoal de ter tido a coragem e ter conseguido materializar essa ideia que eu tive. Claro que eu espero que as pessoas gostem. Mas a minha realização não está presa a isso”, afirma. 

Para garantir uma passagem fluida entre os ritmos, Priscilla conduz os ouvintes por meio de interlúdios inseridos entre as faixas, nas quais a narrativa se desenrola e a sonoridade varia. Ela se inspirou em Beyoncé, que emprega a mesma ideia no seu álbum mais recente Renaissance (2022). “Eu sei que outras pessoas já usaram essa técnica antes, mas a gente viu em Renaissance que isso poderia ser usado de uma maneira bem intencional para poder amarrar melhor a história. A grande sacada da versatilidade é não se perder nela. Ao colocarmos transições, mostramos que o álbum pode passear por vários gêneros, mas somos capazes de conectá-los musicalmente”.

A versatilidade musical ainda se reflete em colaborações com diferentes propostas: Pabllo Vittar, Bonde do Tigrão e Péricles. “Foram surpresas que Deus me deu, que eu não poderia imaginar, nem no meu melhor plano de álbum”, comemora Priscilla. Em Bossa, ela divide os vocais com Péricles, enquanto em '10/10', a parceria é com Pabllo Vittar. Nesta última, Priscilla propôs o feat após a conclusão do álbum. Para a surpresa dela, Pabllo aceitou de imediato, e a faixa foi retrabalhada para atender às expectativas de ambas. 

Após o lançamento do álbum, a cantora já deu a largada nos preparativos para a turnê. Segundo ela, o novo momento da carreira vai além do cabelo colorido e estilo musical, incluindo também uma estrutura de palco que proporcionará uma experiência visual e sonora maior do que antes. “Vou conseguir trazer uma experiência muito mais imersiva da história do álbum para as pessoas. Então, tem vários visuais que a gente vai gravar, que nunca serão videoclipes, mas farão parte do show. Tem muita interação, muita participação do público. Então, além da performance vocal, que todo mundo sempre elogia, a gente tem uma estrutura de palco muito incrível", ressalta.