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Após meme viralizar, pernambucana Paulinha Lopes revela planos e admite: 'Só depois fui entender'

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Crédito: Reprodução/Twitter
Meme da cantora Paulinha Lopes, quando era vocalista da banda Takitá
O regaste de uma gravação de 2015, com catorze segundos de duração, transformou a cantora pernambucana Paulinha Lopes, ex-vocalista trans da banda Takitá, no principal meme da última semana no Twitter brasileiro. O vídeo mostra Paulinha prestes a cantar uma versão brega da música Espaços e Vazios, na TV Nova e, de forma orgânica, já alcançou 33 milhões de visualizações. A artista atualmente está lidando com o reconhecimento nacional e planeja os próximos passos. Na última terça-feira, viajou para São Paulo a fins publicitários.

Ao Viver ela admitiu que não captou a ideia do meme de imediato, mas agora entende a proposta: “Quando eu vi o meme, também não entendi qual era o sentido, até porque o vídeo é bem antigo. Não esperava que fosse viralizar daquele jeito. Falando a real, não havia prestado atenção nos meus trejeitos enquanto canto. Não usava Twitter porque acho muito invasivo. De início, achei que remetia a algo negativo e me assustei. Só depois, fui entender e achei super bacana”, comentou.

Paulinha começou a trajetória na música como dançarina de brega, ainda com visual masculino, até surgir o convite despretensioso para cantar na banda Love, em 2005. Depois, de 2008 a 2016, assumiu os vocais da Takitá. No grupo, foi a voz de sucessos como Tudo acabou, Você não me deu bola e Pode sofrer. Ela segue carreira solo desde 2017, mesmo ano em que lançou o primeiro projeto individual e optou pelo nome feminino como identidade artística. Na época, a artista conversou com o Viver sobre a nova etapa da carreira. Algumas dificuldades surgiram no caminho após ela deixar a Takitá, como o comentário em tom jocoso de um apresentador de que ela seria uma ‘mulher do futuro’, enquanto a nova vocalista seria uma ‘mulher de verdade’.
 

Seis anos depois, o sentimento é de vitória ao ter visibilidade e apoio das pessoas LGBTQIAPN%2b, especialmente as trans: “Eu já lutava por isso há algum tempo. Quando alguém do movimento tem uma relevância, não só ele ganha, como todos que fazem parte também ganham. A gente luta pelos nossos sonhos, mas também estou mostrando para outras mulheres trans que também é possível na profissão de cantora, médico, ser o que a gente quiser, independentemente do gênero”,afirmou.

Aos 38 anos, Paulinha toca a carreira de cantora nos finais de semana, enquanto atua como funcionária pública em Igarassu, Litoral Norte do estado, onde é radicada. “Teve essa desinformação a respeito que eu não estava cantando mais. Estou sim. O único problema foi no período pandêmico, quando eu fiquei meio pra baixo. Na época, trabalhava exclusivamente com música e não tinha o meu ganha-pão através dos shows”, apontou.
 
 
Sobre os planos em andamento, Paulinha informou em primeira mão que irá relançar as músicas cantadas por ela na Takitá, das quais detém os direitos. Porém, a rotina acelerada dos últimos dias impediu que outras novidades pudessem ser discutidas.

“Por enquanto, estamos apenas projetando porque não tive tempo de parar. As coisas estão aparecendo e tenho que aproveitar tudo. Quanto mais eu aparecer, mais pessoas vão me conhecer e vou estar em evidência. Não parei pra pensar o que vai vir depois. Muita gente me pede pra colocar as músicas em plataformas digitais, porque as que estão em evidência são da época que cantei na Takitá. Então a gente estava no estúdio, regravando todas as músicas, pra colocar nas plataformas com o meu nome”, revelou.