{{channel}}
Projeto 'Fotografando Vibrações' ensina técnicas de fotografias para jovens e adultos cegos ou com baixa visão
Nesta terça-feira (26) começam as aulas presenciais do projeto "Fotografando Vibrações", oferecido gratuitamente para jovens e adultos cegos e com baixa visão, de todas as idades, residentes na Região Metropolitana do Recife. O total de 40 horas de aula, realizadas entre terças e quintas, das 13 às 17h, na Associação Pernambucana de Cegos (Apec), é uma iniciativa possível a partir do edital do Funcultura, da Secretaria de Cultura do Recife.
Formadas por dinâmicas de grupo, práticas de fotografia individuais e coletivas, aulas expositivas com vídeos e leituras dirigidas, as aulas irão deixar os alunos experimentarem diversos tipos de equipamentos luminosos analógicos e digitais na criação de "pinturas com luz", como um artefato baseado no Senquential Wave Imprinting Machine, dispositivo tecnológico que capta e traduz sinais eletromagnéticos tornando-os visíveis em fotografias de longa exposição.
A capacitação busca promover a cidadania e a participação plena e efetiva das pessoas cegas no convívio social a partir da troca de experiências sensíveis dos trabalhos de fotógrafos e artistas cegos, como Evgen Bavcar, Pete Becket e Henry Butler. Para o mestre em Artes Visuais, idealizador do projeto e um dos educadores, Felipe Ferreira, primeiro brasileiro integrante da Light Painting World Alliance – uma organização sem fins lucrativos focada na promoção da pintura com luz – a oficina é uma oportunidade para que esse público desenvolva a cognição espacial e o empoderamento dos seus discursos. Nas aulas, os alunos irão ampliar a autonomia sobre as formas de expressão no mundo.
“Nossa idéia é estimular a construção de uma rede de afetos e suporte entre pessoas videntes e não videntes e construir imagens fotográficas que representem o universo vibratório composto por ondas de rádio, wi-fi, som, eletricidade, entre outros no qual todas as pessoas estão imersas. Queremos, a partir do produto final que são as fotografias, provocar nos videntes o sentimento de atenção ao universo invisível, algo corriqueiro para quem não enxerga”, pontua a educadora audiovisual, cineclubista, diretora de fotografia e produtora, Juliana Gleymir, produtora e educadora da oficina juntamente com Felipe.
O projeto da oficina “Fotografando Vibrações” também será realizado na cidade de Caruaru, no agreste do Estado, em data a ser definida, o que irá possibilitar a difusão e interiorização da prática, além de ampliar o acesso ao público que tem alguma limitação para enxergar. Em ambas as atividades, os monitores contarão com uma equipe de acessibilidade que estará atuando no suporte para possibilitar a compreensão de todo o conteúdo teórico da oficina e da prática de produção de fotografias pelos participantes. A equipe irá utilizar tecnologias assistivas, audiodescrição de imagens, QR code, texturas com materiais diversos e adaptação táctil de artefatos e equipamentos fotográficos para reconhecimento das ferramentas disponíveis e de seus elementos constituintes, e câmeras fotográficas desmontadas para contato dos participantes com suas partes.
Oficina “Fotografando Vibrações”
Aulas: Terças e quintas, de 26 de julho a 25 de agosto.
Horário: 13h às 17h
Carga horária: 40 horas
(Curso gratuito com certificado)
Informações: fotografandovibracoes@gmail.com
Instagram do projeto: @fotografandovibracoes