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Sinal verde para o início da reforma no Cine Olinda

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Fundado em 1911 e fechado há mais de 40 anos, o Cine Olinda recebeu sinal verde para o início da reforma. Orçadas em R$ 1,9 milhão, entre recursos estadual e municipal, as obras têm previsão para durar oito meses e permitirão a reabertura do equipamento cultural. Os serviços incluem climatização, tratamento da fachada, recuperação dos pisos e revestimento das paredes, urbanização da área externa do cinema, entre outras ações.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo governador Paulo Câmara (PSB), durante reunião com a participação de gestores e políticos, entre eles o prefeito de Olinda, Professor Lupércio (Solidariedade), e o deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos), que participou da articulação pelos investimentos. 

"É preciso um restauro completo, dentro das normas legais e de estética, preservando o patrimônio histórico de Olinda. A prefeitura terá um prazo para contratar uma empresa especializada e entregar esse equipamento funcionando, que vai ser de grande serventia para a populçação nas atividades de cultura, entretenimento e lazer", afirmou o governador.

 
"A reforma do Cine devolverá a Olinda uma atração que ficou fora do roteiro da cidade por quatro décadas. Essas obras fazem parte de um conjunto de investimentos na cultura e no turismo que estão em curso, com atuação da prefeitura e articulação parlamentar, como a revitalização do Mercado da Ribeira", acrescentou Coutinho. 

O Cine Olinda foi fundado em 1911 sob a alcunha de Cine Theatro de Variedades, sendo rebatizado uma década depois para o atual nome. Na década de 1930, recebeu o celebrado artista plástico Bajado em seu quadro de funcionários, inicialmente como pintor de cartazes, mas logo alçado à gerência, em uma gestão que durou até 1965, considerada o ponto mais alto de sua história. 

PORTAS FECHADAS
Durante as décadas seguintes, ele funcionou como depósito de açúcar, alojamento para desabrigados e até boliche, fechando as portas definitivamente em 1979. De lá pra cá, várias iniciativas foram realizadas para tentar reavivá-lo. Nos anos 1980, a própria gestão municipal se movimentou para colocá-lo de pé, sob o nome de Cine Bajado, homenageando seu mais notório gestor. Nada feito. 

Já neste século, em 2016, se organizou o movimento Ocupe Cine Olinda, que promoveu uma série de atividades inicialmente no entorno de espaço, mas logo chegando ao seu interior, ocupando-o, exibindo filmes de forma improvisada e discutindo meios para fazer o poder público reativá-lo, recebendo promessas da Prefeitura, que não chegaram a se concretizar.

No final de 2020, a Fundação Joaquim Nabuco, gestora de três salas de cinema no Recife, enviou uma proposta para a Prefeitura de Olinda se oferecendo para realizar estudos técnicos e financeiros para gerir o cinema por meio de uma cessão do espaço, mas a proposta também não vingou. Agora, com o convênio do estado, prometido desde os tempos do Ocupe Cine Olinda, um novo capítulo dessa saga pode começar. 

"É um cinema centenário, importantíssimo. O nosso proposito é de poder, definitivamente, reabrir esse importante equipamento cultural, que faz parte da história de Olinda", conclui o prefeito Lupércio.