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BBB22: Tadeu dá espaço para Linn reforçar qual pronome prefere ser chamada

Após a cantora Linn da Quebrada ser chamada no masculino diversas vezes, o apresentador do Big Brother Brasil, Tadeu Schmidt, usou o programa ao vivo para dar espaço para que a participante explicasse, mais uma vez, qual o pronome correto para tratá-la. 

Após falar sobre a primeira festa da edição, Tadeu disse que faria perguntas para dois grupos de participantes. “Primeiro, uma pergunta para ELAS (com ênfase na palavra): quem aí tá solteIRA?”, questionou, seguido pelas participantes respondendo. “Agora uma pergunta para ELES: quem aí tá solteIRO?”, completou, sendo respondido pelos homens.

Tadeu emendou: “Lina, você tem o pronome ELA tatuado acima da sobrancelha. Eu queria que você explicasse o porque você fez essa tatuagem e também que você dissesse, mais uma vez, reforçando, como as pessoas devem se dirigir a você, devem tratar você”, falou.

Linn (ou Lina, como também é chamada) respondeu: “Eu fiz essa tatuagem por causa da minha mãe. No começo da minha transição, a minha mãe ainda errava e me tratava no pronome masculino. E eu falei ‘mãe, eu vou tatuar ELA bem aqui, na minha testa, pra você ver e não errar'. E acho que assim também é uma indicação para todas as outras pessoas. Então, ficou na dúvida? Lê, e daí vocês lembram que eu quero ser tratada nos pronomes femininos”, disse.

Tadeu agradeceu a resposta da participante. “Muito importante você ensinar isso para os moradores da casa e para o Brasil inteiro. Para que erros não sejam mais cometidos. Muito obrigado!”

Em menos de cinco minutos após o momento, a frase “TADEU EU TE AMO” foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter, junto com outras palavras e frases como “Linn”, “Lina”, “É ELA”, “Solteira” e “Eslovênia”.

Linn é uma mulher trans, ou como prefere dizer, uma travesti. (Leia abaixo o significado dos termos)

Veja o momento

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Relembre os ataques
Em menos de três dias na casa, Linn foi chamada no masculino diversas vezes, mesmo após explicar aos colegas de casa que prefere ser tratada no feminino. A participante Eslovênia, por exemplo, a chamou no masculino diversas vezes. Na última, durante a festa de sábado (22/1), Linn se irritou pela primeira vez. "É amiga, caralh*. Não dá para ficar errando mais, amiga", pediu.

Também no sábado, Linn recebeu um torpedo anônimo, questionando se ela estava “solteiro”. O assunto rendeu nas redes sociais, o termo “LINN MERECE RESPEITO” foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter. Até mesmo a cantora Anitta pediu que a Rede Globo tomasse alguma medida contra os ataques que Linn estava sofrendo.

“Eu acho que o bbb deveria expor quem foi que mandou esse torpedo escroto pra Linn. Transfobia homofobia é crime, caralho. Vsf mano tem um ELA escrito na testa da mina e ainda ficam de putaria... revoltante”, escreveu Anitta.

Durante o programa de sábado, a Rede Globo exibiu aos telespectadores quem enviou o torpedo anônimo: Laís Caldas. Após a repercussão negativa, a equipe de Laís atualizou as redes sociais com uma carta de desculpas para Linn e todas as pessoas trans que se sentiram ofendidas.

O que é uma pessoa trans?

As pessoas trans são homens ou mulheres que manifestam características comportamentais de um gênero diferente do sexo biológico que nasceram. Ou seja, a pessoa pode ter nascido com um pênis, mas não se identifica com o gênero masculino, e sim com o feminino.

E o que é transfobia?

São atos de preconceito, discriminação e intolerância contra as pessoas que se identificam como transgêneros. No sentido estrito da palavra, o termo trans é utilizado para caracterizar indivíduos transexuais e transgêneros, enquanto “fobia” significa “aversão a algo ou a alguém.” Nesse conceito estão incluídos comportamentos que incitam práticas de violência física, verbal, psicológica ou moral contra essas pessoas. Tais atos são também considerados virtualmente. Ou seja, fazer comentários intolerantes e preconceituosos na internet também é transfobia.

Transfobia é crime

Em 2019, após entendimento do Supremo Tribunal Federal de que havia demora inconstitucional do legislativo em tratar do tema, a maioria os ministros do STF votou a favor da determinação de criminalizar a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. A decisão contempla qualquer tipo de preconceito contra transexuais e homossexuais.

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