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Mochilão entre pai e filho na Ásia se transforma no e-book sobre aventuras e cumplicidade

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Foto: Divulgação
Leimar de Oliveira e Diogo Lopes de Oliveira durante passeio

Algumas formas tradicionais de registrar momentos foram sendo esquecidas com a onipresença da tecnologia no cotidiano. Ao invés de escrever diários de viagens, fazemos fotos digitais, que muitas vezes ganham caráter efêmero na dinâmica das redes. O jornalista e professor universitário pernambucano Diogo Lopes de Oliveira, que leciona na Universidade Federal de Campina Grande (PB), decidiu resgatar o costume da escrita durante uma viagem de 42 dias pela Ásia ao lado do pai, o engenheiro e também professor universitário Leimar de Oliveira. "Você vai ver como um engenheiro viaja bem com um jornalista", disse Leimar, antes da jornada realizada entre 2015 e 2016.

Assinado por ambos, Raízes para crescer, asas para voar: pai e filho em um mochilão pelo Sudeste Asiático (196 páginas) foi lançado no final de 2020 no formato de e-book pela Editora Universitária da UFCG. Para a surpresa dos co-autores, a publicação se tornou a mais baixada do site da editora (editora.ufcg.edu.br), com seis mil downloads.

Os capítulos registram memórias de passagens por países como Singapura, Malásia, Camboja, Vietnã, Laos, Tailândia e Myanmar. Trazem pequenas aventuras vividas por toda pessoa que viaja e absorve sentimentos singulares. Tentativa de assalto, passagens por túneis de Cu Chi, no Vietnã; banho no Rio Mekong, no Laos; e passeio de balão em Myanmar são alguns dos momentos marcantes. “O livro surgiu a partir dos pedidos de amigos e familiares que acompanharam a viagem por minhas redes sociais. Muitas das fotos e posts publicados à época foram parar no livro”, diz Diogo Lopes, que é formado em jornalismo pela UFPE.

"A feitura do e-book acabou tornando-se uma chance de revisitarmos aquela experiência que fortaleceu ainda mais a nossa parceria entre pai e filho, além de sermos dois grandes amigos. Eu escrevo meus relatos e o meu pai, os dele, com a ajuda da minha mãe, que não quis nos acompanhar. Mesmo vivendo todo o período juntos, em certos momentos chamam-nos a atenção as mesmas coisas; em outro, não coincidimos em nada. Desse formato surge um diálogo para a vida inteira", acrescenta Diogo, que já havia escrito alguns capítulos de outros livros, como um relato de viagens para um amigo de Brasília, que é mochileiro.

"Sobre a viagem à Ásia, o que tornou tudo mais especial é que não tínhamos reservas para todos os hotéis. Não estávamos acostumados a viajar assim. O meu pai perdeu 14kg para fazer essa aventura. Além da viagem, conto como foi o processo de convencê-lo a ir", continua.

O lançamento aconteceu durante a pandemia, o que acabou  gerando um paradoxo.  “Eu ficaria muito feliz se a leitura do livro fizesse as pessoas ficarem mais em casa”, finaliza o co-autor.