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Videoarte-poesia reflete sobre relações abusivas e masculinidade tóxica

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As relações abusivas e a masculinidade tóxica entram em pauta na videoarte-poesia À mesa, primeira realização da produtora cultural Canela Vermelha que será apresentada na próxima quarta-feira (10), às 20h, no YouTube. O espetáculo, criação do diretor e performer Domingos Júnior, parte de um universo repleto de memórias da infância de quando crescia em Paudalho, Zona da Mata de Pernambuco.

Ao som de muito brega antigo que, em seus acordes bradavam grandes lamúrias masculinas de amores supostamente verdadeiros, Domingos reflete sobre outras estruturas de relação amorosa. Ao convidar a artista e pesquisadora Natali Assunção, com quem estruturou o trabalho, ela também traz para a cena suas perspectivas, vivências e marcas.

Diferentemente do ator, não guardava memórias fortes da música brega antiga, mas mesmo diante da consagrada MPB que habitou sua infância trazia registros semelhantes ao do parceiro. Além disso, desenvolveu a pesquisa “Narrativas de uma memória em chamas” (@memoriaemchamas) com a qual concebeu o monólogo “Ainda escrevo para elas” que aborda a liberdade e o aprisionamento no cotidiano da mulher.

Os dois já vinham pesquisando e refletindo sobre o tema de maneira informal nos camarins por onde passaram e em mesas de bares com encontros fraternos. Em “À Mesa” a palavra falada é sublimada para que o ator e a atriz vivenciem o dia a dia desse casal em outros níveis já que muitas dessas dores não chegam à voz ou demoram muito anos para atingi-la. O teatro é a base para este trabalho e seus desdobramentos e a direção é da artista Analice Croccia que também coditigiu o citado monólogo "Ainda escrevo para elas".

Sinopse
À Mesa
Estamos falando de ficção. Estamos falando de memória. Estamos falando de lembrança. Estamos falando de ferida. Estamos falando de marcas. Estamos falando de infância. Estamos falando de poesia. Estamos falando de dor. Estamos falando de agora. Estamos falando de histórias. Estamos falando de observações. Sem a palavra falada porque nos escapa pelos poros. Em video-poema-performance-dança.

Estamos falando de uma memória antiga que insiste em se fazer presente. Ou da visão que guarda em algum lugar da retina as cenas vistas, assim, diante dos olhos de mundo. Estamos falando de uma história muito real e pessoal que ainda assombra. Estamos falando do que ouvimos nas vozes outras. Estamos em dança falando sobre relação abusiva e masculinidade tóxica.

SERVIÇO
Estreia videoarte-poesia À mesa
Quando: dia 10 de março, às 20h
Onde: no YouTube do Canela Vermelha