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Mostra Ecofalante exibe Acqua Movie, novo filme do pernambucano Lírio Ferreira

Quinze anos após Árido movie, Lírio Ferreira faz uma "continuação espiritual" em novo longa.

O filme adentra um Nordeste pós-transposição do São Francisco.

Com roteiro de Marcelo Gomes e Paulo Caldas, parceiros de longas datas de Lírio, o sexto longa do diretor pernambucano leva mãe e filho para Nova Rocha, município construído após as mudanças dos cursos da água afogarem a cidade original, também no Sertão do Pernambuco. O desaparecimento reitera uma própria vertigem histórica de Canudos, que hoje se encontra inundada. A missão é levar as cinzas do pai de Cícero, parente da família que governa a região há décadas.

Na paisagem sertaneja reconfigurada pela água, o filme apresenta certos problemas na edição e fotografia, que confunde em sua pouca coesão, junto aos diálogos muito pedagógicos e das elipses. Destaque para a cena submersa na Igreja do Sagrado Coração, da belíssima locação em Petrolândia.

Push: Ordem de Despejo é um dos filmes que abre o Festival.

Levando mais de 80 mil espectadores e 20 mil participantes de debates todos os anos, o evento costuma ocupar cerca de 40 espaços por toda a cidade de São Paulo. Neste ano, o projeto realiza versão remota e reduzida, inclusive pela redução no financiamento público. Em nove anos da mostra e 18 anos de atuação da ONG Ecofalante, Chico conta como o projeto se reconfigurou em torno das mudanças no debate socioambiental do país. “O debate começa forte na Conferência do Rio de 92. Em 2002, temos o auge da discussão, e a ONG surge. Depois, a questão deixou de ser uma pauta, apesar do crescimento de um ativismo. Em seguida, nos anos 2010, volta a ser pauta na mídia, mas não nas políticas públicas. Agora a pandemia também traz um resultado disso, dessa forma de acelerar a sociedade e que agora chegou uma conta nada agradável. E ela é sempre paga pelos mais pobres”, afirma Guariba.
 
Competição de longas
A jangada de Welles (Brasil, 2019), de Firo Holanda e Petrus Cariry
Acqua movie (Brasil, 2019), de Lírio Ferreira
Amazônia sociedade anônima (Brasil, 2019), de Estêvão Ciavatta
Deus (Chile, 2019), de Christopher Murray, Josefina Buschmann e Israel Pimentel
Estou me guardando para quando o carnaval chegar (Brasil, 2019), de Marcelo Gomes
Indianara (Brasil, 2019), de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa
Soldados da borracha (Brasil, 2019), de Wolney Oliveira
Suspensão (Colômbia, 2019), de Simón Uribe

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