Exposição explora poéticas de Educação pela pedra, poema de João Cabral

A partir das características da síntese, resistência e da não-opacidade das pedras, a exposição Educação pela pedra tira uma lição, e até mesmo uma poética. O título vem de um poema de João Cabral de Melo Neto, texto que deu base à exposição que será inaugurada nesta quarta-feira (4), às 18h30, na Galeria Vicente do Rêgo Monteiro, da Fundação Joaquim Nabuco, no campus Derby. Com curadoria de Moacir dos Anjos, a mostra reúne trabalhos de 12 artistas, que juntos investigam esses afetos canalizados pelos versos que serviram como mote.

A exposição se localiza em uma paisagem de celebrações da Fundação, que homenageia os 100 anos do escritor João Cabral de Melo e os 120 anos do sociólogo Gilberto Freyre. Moacir dos Anjos conta como a exposição articula a poética do material que serviu como base. “A partir do poema, organizamos uma exposição que tangencia questões por ele colocadas. Mas não é uma exposição que tem a intenção de ilustrá-lo. Dentro da mostra, há muitas obras que trazem esse mineral, literalmente o objeto da pedra, ao mesmo tempo que falam dessa didática, e outras focam mais nesses apontamentos educacionais. Cabe ao espectador estabelecer essas relações.”

Entre fotografia, instalação, vídeo e pintura, a mostra apresenta trabalhos de artistas como Paulo Bruscky, Jonathas de Andrade e Cinthia Marcelle, que se articulam com o poema publicado originalmente em 1966, em livro de mesmo nome. Além disso, a exposição referencia o trabalho dos educadores Paulo Freire e Anísio Teixeira, que são explorados pela mostra como criadores de projetos pedagógicos relacionados a momentos e lições demarcados pelo texto como dicção (impessoalidade), de moral (resistência), de poética (concretude) e de economia (concisão).

De certa maneira, a exposição busca ser uma das possíveis formas de ler o poema, também, a partir do hoje, pensando no debate contemporâneo das disputas narrativas em torno das formas de educação e do papel pedagógico da arte. “Eu acho que é uma maneira de participar e, de dentro de uma própria instituição, pensar esse embate simbólico. Pensar quais são as coisas que contam e que não contam dentro da educação brasileira. Tivemos sorte de ter educadores como Paulo Freire e Anísio Teixeira, por exemplo. Falar de como a arte e essas pedagogias buscam um processo de aprendizagem a partir da visão crítica e da emancipação”, conclui o curador.

 

Quando: Quarta-feira (04), às 18h30

Onde: Fundação Joaquim Nabuco (Galeria Vicente do Rego Monteiro), R. Henrique Dias, 609 - Derby, Recife - PE

Quanto: Entrada gratuita