“São sucessos comerciais e de audiência”, constata Luiz Lana, professor de comunicação da UNA. "Diversas variáveis podem explicar por que elas se tornaram fenômenos de longevidade. Um dos fatores decisivos é serem produtos lucrativos. Porém, temos de pensar também na relação delas com o público, nas relações humanas e sociais que estabelecem. Ao longo de 10, 12 ou 15 temporadas, essas séries entendem e atendem a demandas do seu tempo, ou seja, tratam de temas relevantes de cada época. E vão se adaptando ao longo dos anos", analisa.
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Conheça os segredos das séries que bateram recordes de longevidade
'The Big Bang Theory', 'Supernatural', 'Grey's anatomy', 'Law & Order' e a brasileira 'A grande família' mudaram ao longo dos anos, mas souberam cativar o público
Outra característica importante: todas são atrações da TV aberta norte-americana. Em média, as temporadas nessas emissoras contam com 20 a 22 episódios por ano. "É comum a TV aberta ter séries longas por uma questão de audiência, custo-benefício, repercussão e impacto", ressalta Bruno Leal, professor do Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Especialista em narrativas audiovisuais, ele destaca um exemplo brasileiro de êxito: a segunda versão de A grande família (Globo), com 14 temporadas e 485 episódios. "É o nosso caso mais conhecido e recente. São produtos marcados pelo hábito, repetição, fidelização e maior dificuldade de maratonar. Essas séries operam na lógica da TV aberta. Enquanto ela existir, apesar de muita gente já decretar o seu fim, atrações assim vão durar", defende.
STREAMING
O surgimento da TV a cabo e do streaming trouxe significativas mudanças ao formato e duração das séries. Para Bruno Leal, a HBO é o caso clássico. Desenvolve atrações com cinco ou seis temporadas, em média, e número mais reduzido de capítulos – no máximo 10 por ano. "Game of thrones fugiu um pouco desse padrão, teve oito temporadas por conta do enorme sucesso. Acontece também de séries serem canceladas mais cedo. A referência são cinco, seis anos de duração, o que tem um pouco a ver com a exploração que os canais fechados fazem das atrações. Há muita reprise, estimula-se a maratona. A lógica de produção e consumo das TVs fechada e aberta é bem diferente", opina.
Estrelas de séries longevas ficaram marcadas – e até estigmatizadas – por seus papéis. O caso mais emblemático é Friends, que teve 10 temporadas entre 1994 e 2004. Até hoje o elenco é conhecido pelos nomes dos personagens. "Dizem: fui ver um filme que tinha o Ross (David Schwimmer). Outro dia, assisti à série com a Phoebe (Lisa Kudrow). A única que conseguiu se desvencilhar um pouco disso foi Jennifer Aniston, mas, mesmo assim, a Rachel ainda é presente. Poucos conseguem se desfazer da marca. Com o fim de The Big Bang, é difícil imaginar o Sheldon fazendo outra coisa", observa o professor Luiz Lana.