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Segunda noite do 27º Abril Pro Rock evidencia a globalidade da causa feminista

Nadya Tolokonnikova vestiu camiseta com estampa "Quem matou Marielle?". Foto: Pei Fon/Divulgação

"O Estado brasileiro ainda não respondeu essa pergunta. Só que dessa vez vamos tirar eles da zona de conforto. Existe uma revolução em curso e eles estão desesperados. Temos que deixá-los cada vez mas medo do que estamos construindo. Não se enganem, não podemos continuar na zona de conforto”, disse a ativista e arquiteta, durante uma pausa no show da cantora carioca Letrux. "Não caiam no conformismo de acreditar que, pelos acusados estarem sendo acusados nesse momento, a resposta já chegou".

Letrux, sucesso na cena nacional. Foto: Pei Fon/Divulgação

Letrux, nome artístico de Letícia Novaes, foi uma das headliners da noite. Apresentou o show do aclamado álbum Em noite de climão (2017). Essa foi a quarta apresentação da carioca em Pernambuco com o mesmo conceito do disco: roupas e iluminação vermelha, músicas como Ninguém perguntou por você, Puro disfarce e Amoruim. Por isso, não houve tanta surpresa ou ar de ineditismo. Acabou sendo o show mais "contemplativo" da cantora no estado.

Mônica Benício durante show de Letrux. Foto: Pei Fon/Divulgação

Beth de Oxum e Coco de Umbigada. Foto: Pei Fon/Divulgação

O coletivo russo Pussy Riot, na ocasião representado pela integrante Nadya Tolokonnikova, subiu no palco sob expectativa do público pelo ineditismo no país. Era tipo de show que se vê “uma vez na vida”, como vários presentes no evento gostavam de ressaltar. Acompanhada por um DJ e dois dançarinos mascarados (incluindo uma mulher brasileira), ela exibiu uma performance excêntrica, de atitude punk, sonoridade eletrônica e uma estética “cibernética”. 

Nadya Tolokonnikova, sem gorro. Foto: Pei Fon/Divulgação

Durante uma hora e meia, o público contemplou a performance de Nadya certa com certa estranheza, sem entender o idioma da das faixas, mas se esforçando para se conectar uma com uma estética nada usual no Brasil, sobretudo numa capital como Recife. 

Mônica Benício entrega camiseta para Nadya Tolokonnikova. Foto: Pei Fon/Divulgação

A programação ainda contou com show da banda punk Demonia, de Natal (RN), que abriu a noite. Em seguida, se apresentam as pernambucanas 080 Crew, com participação da DJ Karla Gnom, e Arrete. Ambas demonstraram a força de um hip hop local e feito por mulheres. Sinta A Liga Crew também deu voz a um line up não apenas feminino, mas feminista com orgulho, sem se incomodar com as críticas que emergem das redes sociais polarizadas da atualidade. Em tempos em que artistas, figuras públicas e instituições estão sendo pressionadao a tomar posicionamentos, o festival fez questão sem qualquer cerimônia. 

Sinta A Liga Crew. Foto: Pei Fon/Divulgação

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