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Nós, novo filme do diretor de Corra!, retrata face sombria dos EUA

Jordan Peele continua apostando em terror com crítica social, desta vez com viés mais filosófico e fantástico

Foto: Universal/Divulgação

É justamente por essa estreia triunfante que o segundo filme do diretor e roteirista, intitulado Nós, chega com expectativa dos cinéfilos e do público geral. As doses de ansiedade são acentuadas pelo protagonismo de Lupita Nyong’o, que recentemente brilhou em Pantera negra (2018). A atriz Elizabeth Moss, aclamada por protagonizar a série distópica The handmaid’s tale, aparece como coadjuvante.

Nós dá continuidade ao terror psicológico e intrigante que marca essa construção estilística de Peele, mas desta vez com mais cenas de ação - fazendo referência aos suspenses de perseguição como Pânico (1997) e outros filmes do gênio Wes Craven. Também faz críticas à sociedade norte-americana, mas desta vez com abordagens bem mais sutis e filosóficas, principalmente para os acostumados com clichês hollywoodianos.

A trama acompanha Adelaide (Nyong’o), que quando criança teve uma experiência traumática durante um passeio na praia de Santa Mônica, na Califórnia. Ao se perder os pais em um parque de diversões, a menina encontrou uma outra garota idêntica, uma espécie de clone. O episódio mudou sua vida. Anos depois, já adulta, ela volta ao mesmo litoral para ficar hospedada em uma casa de veraneio com família, agora composta pelo marido Gabe (Winston Duke) e os filhos Jason (Evan Alex) e Zora (Shahadi Wright-Joseph).

Foto: Universal/Divulgação

O “segundo ato”, que alavanca o ritmo do longa, é quando a casa é invadida por um grupo de malfeitores composto por clones dos membros da família. Cada um se depara com uma versão macabra de si mesmo - a mãe possui os braços tatuados, o filho revela o rosto queimado. Vestidos com roupas vermelhas e armados com uma tesoura dourada, os clones tentam assassinar os originais. “O que são vocês?”, pergunta Adelaide. “Somos americanos”, responde a sósia sombria, abrindo inúmeras indagações.

Seriam esses clones representantes de um lado sanguinário da sociedade estadunidense? Ou eles simbolizam um lado da civilização que foi esquecido, explorado? Em entrevistas, o diretor já revelou que o filme retrata um EUA que tem medo do "outro", do "diferente".

Foto: Universal/Divulgação

Se Corra! tinha uma explicação bastante conclusiva e didática, não é o que acontece com esse. O terceiro e o último ato desafia o público e pode tornar o filme um clássico caso de “ame ou odeie”. Jordan agora aposta em um terror fantástico, com elementos demasiadamente inusitados e complexos para o circuito comercial. O filme abre vários parênteses que deixam interpretações em aberto.

Foto: Universal/Divulgação

Assista ao trailer:

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