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Trapper pernambucano Joma 'se torna branco' em clipe para discutir racismo

Acompanhado por uma ação de marketing no Instagram, o vídeo do recifense de 21 anos critica a prática de 'blackfishing'

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Antes e depois de João Marcelo Santanna, de 21 anos. Foto: HoodCave/Divulgação

Silicone nas nádegas. Maquiagens que deixam os lábios carnudos, sobrancelhas arqueadas e pele bronzeada. Cabelos artificialmente cacheados. O blackfishing é uma prática que tem se popularizado entre influenciadoras digitais brancas que, inspiradas principalmente nas Kardashians, adotam traços físicos negros e adereços da cultura negra para parecerem negras, mestiças ou racialmente ambíguas. É uma fórmula que tem rendido milhares, até milhões de seguidores no Instagram. Foi antenado nessa realidade que o trapperpernambucano JOMA, que é negro, decidiu “virar branco” em seu novo clipe para discutir racismo, privilégios caucasianos e, sobretudo, essa apropriação de estéticas raciais na internet.

Antes mesmo do vídeo ser lançado, a "ação" começou no Instagram do jovem (@jomadahood). Na última sexta-feira (25), ele publicou uma foto em que aparece com pele clara, olhos azuis e peruca loira, revelando ser o "primeiro trapper transracial". "Finalmente tive coragem de assumir essa nova identidade. Espero que compreendam minha escolha e apoiem minha nova estética, pois ela definirá meu trabalho daqui pra frente", diz a descrição da imagem. A publicação ultrapassou a faixa de 1500 curtidas e atingiu quase 1000 comentários - bem acima da média das outras publicações do artista.
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