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Da dança ao fenômeno digital: Dani Costa é uma das principais influenciadoras de Pernambuco
Com quase 1 milhão de seguidores no Instagram, pernambucana mantém cerca de 200 parcerias com marcas

Quando um cantor de sucesso chega em um ambiente com sua equipe, é natural que um aglomerado de fãs circunde exclusivamente o vocalista. O caso de MC Troia, autor de inúmeros sucessos do brega-funk recifense, é diferente. Ele divide os holofotes com Dani Costa, dançarina que ganhou a alcunha de "queridinha do brega" e atualmente desfruta de grande popularidade dentro e fora desse nicho musical. Sua fama vai além da função em palcos e videoclipes: a moradora do bairro de Vila Popular, em Olinda, usou a dança como trampolim para se tornar uma das principais influenciadoras digitais de Pernambuco.
Atualmente, Daniele Carla da Costa conta com 922 mil seguidores no Instagram, dividindo o pódio de pernambucanos mais seguidos com MC Loma (5 milhões), Camila Coutinho (2,3 milhões), Lucas Albert (1,2 milhão) e Alcione Alves (635 mil). Ela tem mais seguidores do que o próprio Troia (395 mil), por exemplo.
"Tudo começou há uns cinco anos, quando comecei a publicar vídeos dançando. Ao mesmo tempo, começou a tendência de modelos fotográficas para lojas nas redes sociais e comecei a ser convidada para ensaios", explica em entrevista ao Viver. "Por um bom tempo não tinha uma visão de que o Instagram se tornaria um trabalho que me daria retorno financeiro. Quem chamou minha atenção para isso foi um tio. Comecei a procurar saber de assuntos relacionados a marketing, por exemplo", continua a dançarina, que costuma receber mais de 200 mil visitas semanais em seu perfil (@danicost4).
O correio de sua residência não para. Recebe presentes todos os dias, enviados por marcas, lojas e empresas de diversos segmentos, sobretudo vestuário e gastronômico - os objetos são trivialmente chamados de "recebidos". Todo o material fica amontoado para publicações nos Stories (função do Instagram em que vídeos e fotos ficam disponíveis por 24h), que chegam a alcançar até 200 mil pessoas. Além dos presentes, existem ações e trabalhos para empresas específicas.
Ela mantém, mensalmente, parceria com 200 marcas. "Meu cotidiano é muito cheio. Nos dias úteis faço lojas, enquanto nos finais de semana vou para os palcos. A segunda-feira é o único dia de folga, mas às vezes eu nem tenho. (risos). Enfim, é bem cansativo. Tem que ter muita responsabilidade", admite. "Ainda existe os fãs, muita gente aborda para fotos e ficam esperando na saída dos lugares. Isso é bem gratificante".
Embora o brega-funk seja um gênero musical local, a capilaridade da internet fez a "queridinha" ganhar inúmeros seguidores além das fronteiras de Pernambuco. Fora da Região Metropolitana do Recife, Salvador e Rio de Janeiro são as cidades com maior número de público. Neste ano, foi descoberta uma conta no Twitter feita por uma fã carioca e 70% dos seguidores eram do Rio de Janeiro.
Diante da crescente gama de influenciadores na internet, que podem atuar tanto como formadores de opinião ou propagadores de estilo de vida, a aposta de Costa se aproxima mais da estética. A pele negra, madeixas cacheadas tingidas de loiro, roupas provocantes e poses sensuais fizeram Daniele um ícone estético na periferia do Recife. Sua aparência inspira crianças, adolescentes e adultos. A identificação acontece sobretudo por sua performatividade espontânea.
"É sem explicação a forma como muitas pessoas me veem. Não consigo nem dizer o que sinto. Sou do povão e as pessoas sentem isso. Tudo que vem de mim é de verdade. Acho que justamente por isso rola muito preconceito, desde o início rolou. Existem marcas que não querem parcerias porque venho do brega. Mas acho que se eles soubessem o impulsionamento que tenho, a importância que tenho para meu público, agiriam de outra forma".
Confira o reportagem em vídeo: