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Contos de Machado de Assis ganham edição em inglês

Volume com 76 contos, entre eles Dom Casmurro, chega às livrarias de língua inglesa

Edição reúne textos de sete livros do autor. Foto: Reprodução

O crítico Michael Wood, que assina o prefácio, invoca autores como Vladimir Nabokov, Anton Tchekov e Ítalo Calvino para falar da importância do escritor. Susan Sontag, é bom lembrar, já havia dito que Machado era o maior escritor da América Latino e Stefan Zweig chegou a compará-lo a Charles Dickens, enquanto Philip Roth preferiu aproximá-lo de Samuel Beckett. É um leque de estilos e gêneros tão vasto que intriga os leitores estrangeiros.

Em análise para o The New York Times, a crítica Parul Sehgal repara que Machado causa uma certa confusão no mundo da língua inglesa e chama o autor de inclassificável. Lembra que ele foi um romântico antes de se transformar em um perverso irônico e repara que, apesar de genial, pouco fala sobre a escravidão e quase não evoca as paisagens brasileiras. Machado é, avisa a crítica, um observador dos costumes da elite brasileira do início do século 20 e é sobre ela que derrama toda sua ironia.

O livro também traz uma introdução assinada pelos tradutores, Robin Patterson e Margaret Jull Costa, tradutora de José Saramago e Eça de Queirós. É com propriedade que eles observam como Machado de Assis escreve em um português simples e direto, mas com uma escolha tão precisa de palavras que acaba por desenvolver um estilo extremamente elegante. Essa não é a primeira vez que a obra do Bruxo do Cosme Velho ganha tradução para o inglês. Editoras britânicas e americanas já publicaram os principais romances, como Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, além de coletâneas de contos que incluem O alienista.

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