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O evento acontece às 19h no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, do qual o bacharel em Direito e historiador foi presidente por 36 anos. Os três livros relançados em um só, têm 387 páginas, haviam sido editados nos anos 70 e trazem um aprofundamento de temas estudados pelo autor do clássico Tempo dos flamengos, publicado em 1947. O prefácio é de Bruno Miranda, professor do departamento de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFPE) e doutor pela Universitet Leiden, na Holanda.
O primeiro, Testamento do General Francisco Barreto de Menezes, traz a íntegra do testamento do comandante das tropas portuguesas no fim da guerra contra os Holandeses, com leitura paleográfica - voltada para a compreensão de manuscritos antigos - de Virgínia Pernambucano de Mello. Já o segundo analisa quatro mapas desenhados entre os anos de 1631 e 1648 e traz uma visão preciosa do ordenamento urbano do Recife no século 17. Já A rendição dos holandeses no Recife (1654) traz documentos, publicados na íntegra, que mostram detalhes das negociações de retirada das tropas flamengas e tem três relatos raros, feitos por portugueses, da reconquista do Recife.
DUAS PERGUNTAS // Bruno Minranda, historiador e prefaciador da reedição dos livros de José Antonio Gonsalves de Mello
Qual a importância da republicação dessas obras?
É enorme, pois seu trabalho não é datado, mesmo depois de várias descobertas após os anos 70, quando houve a primeira edição dos livros. É um texto acessível, objetivo e sua produção era muito voltada para a publicação e análise de fontes, inclusive de arquivos estrangeiros, algo muito particular em sua época. Esse rigor o fez ser referência no Brasil e no Exterior. Ele tinha a capacidade de usar um volume gigantesco de dados em uma epoca na qual nao tinha internet, fazendo fichas enquanto pesquisava e colocando as informações de cabeça no papel.
E quais são as singularidades dos livros desse historiador?
O testamento do General Barreto de Menezes, publicado na íntegra, mostra que ele era um militar, um político e também um comerciante. É possível ver suas relações mercantis até com os holandeses que ele ajudou a combater. Esse documento é um raro exemplo dessas conexões. José Antônio abordava o cotidiano do Brasil Holandês e os mapas presentes em A cartografia holandesa do Recife foram traduzidos por ele e analisado em notas de rodapé riquíssimas, excelentes para historiadores, arquitetos, urbanistas. Já o texto final do acordo de rendição dos holandeses não havia recebido muita atenção dos pesquisadores até então. E José Antônio fez uma minibiografia das pessoas envolvidas.
SERVIÇO
Lançamento em volume único dos livros Testamento do General Francisco Barreto de Menezes, A cartografia holandesa do Recife e A rendição dos holandeses no Recife
Quando: Hoje, às 19h
Onde: Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco - Rua do Hospício, 130, Boa Vista
Preço do livro: R$ 60
Informações: 3222-4952
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