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Filho de Mussum muda nome e quer sair da sombra do pai: 'Cada um tem seu caminho'

Antônio Carlos Santana, intérprete do estagiário de direito Guto na novela A Força do Querer, começou a carreira ainda menino

Antônio Carlos Santana comemora virada na carreira. Foto: TV Globo/Reprodução


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Outra mudança está nos personagens que o ator defende. Agora, eles têm história própria, não são mais meninos. “Isso começou na época de Malhação, com o Wallace, e se firma com o Guto. Estou na fase de dar sustos nas pessoas que olham para mim e tentam ainda ver o menino de 9 anos que eu era quando comecei na carreira”, diverte-se, num misto de orgulho e picardia. Antônio Carlos também comemora outra conquista. Na verdade uma quebra de paradigmas da qual ele se orgulha de fazer parte: o maior número de personagens negros sem estarem atrelados necessariamente à raça ou à condição social. “É importante dizer que queremos personagens bons. Só isso. Levo para meu trabalho os meus ideiais. Então, não dá para escalar negros apenas para ladrões e faxineiros e nem para escalar faxineiros e ladrões apenas negros. Penso em quem está em casa assistindo. Se o público negro só vê negro nesses papéis vai achar que isso é normal na sociedade. E não pode ser”, diz o ator, que cita os colegas Lázaro Ramos e Érico Bras como outros arautos da igualdade racial nas artes.

Quer mais desafios? O de Antônio Carlos no cinema não foi dos menores. Ele está no elenco de Roads to Olympia, longa dirigido pelo russo Ramazan Nanyev e falado em inglês. O detalhe é que o ator não domina o idioma estrangeiro. “Fiz o teste e fui logo avisando que não sabia falar inglês. Mas fui aprovado mesmo assim, na base da cara de pau. A minha ficha só caiu quando assisti ao primeiro corte”, afirma, aos risos. Roads to Olympia fala sobre tabus enfrentados nas cidades onde os jogos olímpicos foram realizados, como a homossexualidade em Moscou. No caso do Rio de Janeiro, a violência dos morros era o desafio. A estreia do longa está prevista para janeiro de 2018. Mesmo diante de tantas novidades, Antônio Carlos não se intimida: “Lido muito bem com as mudanças. E essas vieram todas numa hora muito especial, positiva. O que me incomoda é ficar parado.”

Três perguntas para Antônio Carlos Santana

A força do querer é sua terceira novela de Glória Perez. Como é sua relação com a autora?
Glória não representa apenas um divisor de águas na minha carreira, com América. É na minha vida mesmo. Tenho um carinho muito grande por ela. Nós sempre nos falamos, mesmo quando não estamos trabalhando juntos.

O que achou da escolha de Mumuzinho para viver o personagem que homenageia seu pai na nova versão de Os trapalhões? Não deu nem uma pontinha de ciúmes?
Mumu é perfeito para o papel. Não tinha escolha melhor. Assistimos à estreia do programa do Viva juntos e foi sensacional. Nunca me imaginei fazendo o papel. Seria uma coisa muito forte, muito profunda. Não sei se daria conta. Fora que as pessoas julgariam e nos comparariam, o que não seria legal.

No filme Roads to Olympia você vive um lutador e em Malhação também. Fora da ficção, você gosta de esportes?
Sim. Muito! Desde pequeno estou sempre envolvido com boxe ou muay thai. Tenho muita facilidade para lutas. Até por isso fazer o Guto de A força do querer é muito desafiador: ali é o corpo que é dele, não é o meu. Isso é muito bom.

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