Uma nova forma de dançar brega tem surgido nos últimos três anos. Além dos passos já comuns nos palcos da cena recifense, elementos do funk, da suingueira, do arrocha e até do stiletto (método urbano no qual saltos altos e finos são agregados ao figurino) são incorporados às coreografias. O ritmo acelerado do brega de MC ou brega-funk - movimento representado por artistas como MC Troinha (Vai descendo e Balança, balança), Dadá Boladão (Joga sujo e Revoltada), MC Menor, Sheldon Férrer, MC Cego, entre outros - permite que a dança ganhe contornos explosivos e contagiantes. A dançarina Danielle Karla da Costa, 21 anos, conhecida como Dani Costa, é um dos nome da nova geração de bailarinas que têm destacado no cenário.
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Dani começou a dançar brega aos 16 anos, conquistou visibilidade, ganhou popularidade nas redes sociais e admiração entre artistas, produtores e fãs. Ela acumula mais de 150 mil seguidores no Instagram e 56 mil no Facebook. "É o que eu gosto de fazer e quero levar a dança para o resto da minha vida. Acho que posso chegar ainda mais longe", acredita a dançarina que integra o corpo de balé do MC Troinha, ao lado de Vitória Kelly, a Japa (13,5 mil). "Quando entrei no mundo do brega me destaquei por ter o gingado da suingueira. Foi virando epidemia e todo querendo fazer igual", conta.
"É um fenômeno recente. Os movimentos estão mais bruscos e ressaltam a bunda e as pernas. Para dançar tem que saber bater cabelo, fazer muito carão e dar close", aponta Jurema Fox, drag queen e cantora que acompanha o movimento há 12 anos. Outras dançarinas do meio desfrutam de popularidade nas redes sociais, como Joyce Pereira (80 mil seguidores no Instagram), Rachel Barros (60 mil) e Thays Aurino (11 mil), do balé de Sheldon Férrer, e Waleska Freitas (21 mil) e Raissa Araújo, bailarinas de MC Menor.
"As dançarinas de MCs ou arrochadeira trazem coreografias ensaiadas. Dani é referência no mercado. Ela tem talento e carisma no palco. É contagiante vê-la dançar", aponta o produtor Caco Brasil, com passagem por bandas como Musa e Kitara. "As músicas estão coreografadas e isso faz o público querer aprender. A popularidade delas (dançarinas) ajuda muito no sentido de divulgação. Contribui para disseminar a música, o artista e a dança", analisa o produtor musical Thiago Gravações, criador do canal no YouTube homônimo que lança clipe de artistas locais. Dançarinas que acompanham artistas nacionais cumprem esse papel e são consideradas influenciadoras digitais. Lore Improta (dançarina do Faustão), com 1,2 milhões de seguidores, Arielle Macedo (Anitta), com 249 mil e Juliana Paiva, com 228 mil (Léo Santana) são alguns exemplos.