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Morre, aos 90 anos, Gustav Metzger, pioneiro da arte autodestrutiva

Ele inspirou artistas de diferentes campos, como Pete Townshend, do The Who

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"Arte auto-destrutiva é uma forma de rejeitar o poder", descrevia Metzger. Foto: AFP/Reprodução


O alemão Gustav Metzger, considerado o pioneiro da arte autodestrutiva, morreu aos 90 anos em sua casa, em Londres, segundo o site do jornal britânico The Guardian. Sua arte provocava e emocionava fãs de artes plásticas pelo mundo. Ele incorporava materiais diversos em suas obras, como sacos de lixo, e inspirou artistas de diferentes campos, como Pete Townshend, do The Who, e sua “guitarra suja”.

O artista nasceu em  Nuremberg, em 1926, em uma família de judeus poloneses. Foi para o Reino Unido aos 13 anos, com o irmão, logo no início da Segunda Guerra Mundial, que vitimou grande parte de sua família, incluindo os pais. Ele dizia que o teor destrutivo das artes era uma resposta à infância sofrida que teve por crescer na Alemanha nazista. Estudou arte em Cambridge, Londres, Antuérpia e Oxford e, no fim dos anos 1950, se envolveu nos movimentos anticapitalistas e anticonsumistas, assim como com a campanha para o desarmamento nuclear.

De acordo com ele, toda sua arte é em resposta aos horrores que viu na infância. "Quando eu vi os nazistas marchando, eu vi pessoas que eram como máquinas e o poder da influência nazista. Arte auto-destrutiva tem a ver com rejeitar o poder", disse em entrevista ao The Guardian em 2002. Apesar das intenções, suas obras nem sempre foram compreendidas. Em 2004, durante uma exposição, um saco de lixo que fazia parte da instalação foi jogado fora por um faxineiro da galeria.

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