Pesadelos e um monstro que se torna realidade são duas situações temidas na infância, mas em alguns casos medos maiores do que esses tomam forma na vida de uma criança. É com essa premissa que se desenvolve Sete minutos depois da meia-noite, um drama de fantasia que traz no elenco Sigourney Weaver (Alien), Felicity Jones (A teoria de tudo) e Liam Neeson (Busca implacável). Baseado no livro homônimo, escrito por Patrick Ness, o longa é marcado pela delicadeza e mistura diferentes recursos visuais para narrar a história ao espectador, inclusive cenas animadas em aquarela. A produção estreou nos cinemas nacionais essa semana, na última quinta-feira (5).
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Sete Minutos Depois da Meia-Noite tem fantasia como forma de superar dramas pessoais
Produção dirigida pelo espanhol Juan Antonio Bayona estreia nos cinemas nacionais como opção para cativar crianças e adultos
Em termos de adaptação literária, o filme se mantém fiel ao romance original. O fato do roteirista ter sido o próprio Ness com certeza influenciou no resultado que foi aos cinemas. As alterações são mínimas e o corte de alguns personagens dá mais fluidez as cenas. Inclusive a inserção no final do longa de alguns acontecimentos que não estavam presentes no livro trouxe um toque de imaginação fantástica.
De acordo com o autor e roteirista, Sete minutos depois da meia-noite não tenta "mentir, enfeitar ou sentimentalizar o momento que Conor está enfrentando. Ele é um ser humano que verdadeiramente vive e sente dor, alegria, medo, dúvidas e felicidade", afirma.
A direção do espanhol J. A. Bayona, responsável pelos longas O orfanato (2007) e O impossível (2012), deu ao filme um ritmo mais lento, fazendo a produção concentrar-se no desenvolvimento e descobertas pessoais de Conor, que é bem interpretado por MacDougall (Peter Pan). O jovem ator consegue transmitir a variedade de emoções pelas quais seu personagem passa, sem se tornar exagerado. A interação com o monstro, que tem a forma de uma árvore antiga e é dublado por Liam Neeson, no entanto, fica superficial em algumas cenas, mesmo assim a história não perde sua delicadeza.
Bayona se utiliza de diferentes elementos para desenvolver o enredo. Há narração em off (fora do diálogo dos personagens), cenários mais sombrios e trabalhos com desenho. As histórias que o monstro quer contar ao menino são mostradas como um desenho animado, focado nos detalhes artísticos, de cor e textura.
A principal marca do filme é conseguir trazer fantasia para uma realidade dura, que quase sempre exige que as crianças cresçam mais rápido. A ideia é mostrar como as histórias são importantes para os seres humanos, mesmo nas mais adversas circunstâncias. Elas dão força e trazem reflexões que podem ajudar crianças e adultos a enfrentar problemas reais.
Sobre o livro
Aqui no Brasil, a obra foi lançada no fim do ano passado, pela Editora Novo Conceito (R$ 29,90). De acordo com a gerente editorial do grupo, Lívia Mendes, o livro aborda muitas questões e faz isso com uma força sutil. "Cada leitor pode interpretar a mensagem do livro de forma diferente. A criança vai perceber o monstro e as histórias contadas por ele, o adulto irá se envolver com o enredo e o desfecho", afirma em entrevista ao Viver.
A versão nacional não traz ilustrações e usa as imagens do filme como capa. Para Mendes, isso dá "mais liberdade para o leitor imaginar e criar todo o universo narrativo".
Para quem quiser conhecer mais a obra de Patrick Ness, a Novo Conceito vai lançar em 2017 três livros do autor: Mais do que isso (prevista para março) e The crane wife e The rest of us just live here (ambas ainda sem título em português).
Trecho do livro
"Histórias são o que há de mais selvagem. [...] Histórias perseguem, mordem, caçam. [...] Elas podem ser mais importantes do que tudo. Se forem sinceras." P. 33 e 107
Confira abaixo o trailer de Sete minutos depois da meia-noite:
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