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Pernambucana de 10 anos lança livro inspirado no drama dos refugiados

Sophia Maia reúne desenhos e retrata projeto de ajuda a refugiados sírios no Brasil em Imaginário: A arte solidária de Sophia

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Sophia Maia lança livro com desenhos assinados por ela, criados para arrecadar fundos para os refugiados no Brasil. Foto: Rafael Martins/DP
A estudante pernambucana Sophia Maia assistia à TV quando se comoveu com cenas de refugiados chegando à Grécia em busca de novas condições de vida. Eles fugiam da guerra, fazendo a menina - então com nove anos - sentir raiva, tristeza, compaixão. Em entrevista à reportagem, no ano passado, ela escolheu as três palavras para definir seus sentimentos. "Comecei a pensar no que poderia fazer para ajudá-los", lembra. A resposta veio em forma de ação e de arte: Sophia produziu 45 desenhos e os expôs na Galeria Suassuna, no Recife. Vendeu os quadros, acumulou renda, viajou até São Paulo para entregar a soma à ONG Adus (Instituto de Reintegração do Refugiado - Brasil). Lá, conheceu crianças refugiadas, dançou frevo com elas, aprendeu passos de danças típicas da Síria, de onde migra a maioria delas, mostrou sua habilidade com os papéis kraft e as canetas acrílicas. Sophia é rara. Isso se percebe no primeiro contato com ela. Hoje com 10 anos, a garota foi além da mostra, além da viagem: decidiu transformar a experiência em livro, lançado nesta sexta-feira (21), às 18h30, no Plaza Shopping (Rua Doutor João Santos Filho, 255, Casa Forte), na Zona Norte da cidade. Imaginário: A arte solidária de Sophia reúne as figuras criadas por ela e retrata o desenrolar do projeto filantrópico, desde sua concepção, enquanto a garota assistia à crise de refugiados pela TV. Também no Plaza, Sophia expõe 24 desenhos e dá dicas neste sábado (22) e domingo (23) a outras crianças sobre técnicas de ilustração. O acesso ao local é gratuito. Entre os desenhos de Fifi, cenários de crise ganham releitura poética, fruto de sua sensibilidade, da influência artística da mãe, a designer Lu Maia, e da inspiração em ídolos como Frida Kahlo, Van Gogh e Banksy. Senhora Aysha de coração partido, Calid é dono de circo e Youseff é barbeiro estão entre as obras, com clara referência ao drama sírio, revigoradas por elementos do universo pop, como referências aos Beatles (em All you need is love) e a Forrest Gump: o contador de histórias (em A vida é como uma caixa de bombons). Alguns têm dedicatória afetiva - como "Para meu amigo Seu Antônio, lá da venda" - e outros são versões de obras primas, como O rinoceronte de Dürer.
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