O ex-mágico é formado por traços traços em movimento desenhados por Nunes e pelos artistas Renata Claus, Paulo Leonardo, Cavani Rosas e Raul Souza, que expandem as imagens sugeridas pelo conto original para além da imaginação. A história foi transportada para cenários do Recife e ganhou animais como novos personagens. Foram usadas diferentes técnicas de animação, inclusive de computação gráfica, mas o aspecto final é de desenho animado tridimensional clássico, em preto e branco, além de tons de cinza.
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A mostra competitiva de curtas do Festival de Gramado começou na noite de sábado com o curta Black out, também de Pernambuco. Bastante metalinguístico, intercalado por imagens sombrias com aspecto de vídeo, o documentário registra a situação da comunidade quilombola de Conceição das Crioulas, localizada no Sertão, onde os moradores vivenciam apagões com constantes cortes de energia elétrica. A escuridão funciona ainda como metáfora para o desrespeito com os descendentes de escravos no Brasil.
Black out foi realizado coletivamente por oito diretores. Em Gramado, o filme foi apresentado por dois deles, Felipe Peres Calheiros e Martinho Mendes. Eles aproveitaram o palco do festival para alertar sobre o conteúdo do decreto 8780 de 27 de maio de 2016, que retira a responsabilidade pelas comunidades quilombolas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e as transfere para a Casa Civil da Presidência da República. Segundo os realizadores, e medida enfraquecerá os direitos dos descendentes de escravos sobre as terras onde vivem.