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Novo disco de Maciel Salú explora a rabeca do forró à cumbia

Artista olindense lança quarto disco solo Baile da Rabeca em show na Casa Astral, neste sábado

Maciel Salu precisava somente de uma mão para contar os anos de idade quando seu avô João Salustiano lhe falou, pela primeira vez, sobre a festa de casamento com Maria Tertonila, avó do menino. O noivo, rabequeiro, tocara para os convidados noite adentro, transformando a festa no que chamaria mais tarde de “baile de rabeca”. Criado em meio a folguedos populares genuinamente pernambucanos, entre maracatus e rodas de cavalo-marinho, Maciel manteve a expressão entalhada na memória. Lança mão dela, neste sábado (14), ao apresentar o quarto disco solo, o primeiro em seis anos, Baile de rabeca (Independente, R$ 20), com show na Casa Astral, no Poço da Panela, Zona Norte do Recife.

Confira o roteiro de shows no Divirta-se

Entre forró, cumbia, samba, xote, coco e marchinha, o olindense herdeiro da Família Salu emprega a rabeca em todas as faixas do novo álbum, se apropriando de efeitos eletrônicos de pedais para equilibrar barroco e contemporâneo. “É o mais dançante dos meus trabalhos”, classifica o músico, que propõe escuta sequenciada do disco, faixa a faixa. “É uma fileira, uma sequência. É para o povo dançar do começo ao fim, para lavar a alma.” No repertório, Tempo que não volta mais, Cadê o rabequeiro?, Vendedor ambulante e Laço de amor - a última, em homenagem a esposa, Rute Pajeú, que dança esvoaçante na capa do disco.
Passados seis anos desde o último disco (Mundo), tempo dedicado ao amadurecimento das melodias e composições, Maciel Salu se esquiva de rótulos. 

"Não quero chamar minha música de regional, porque ela não pertence a um único lugar. A música é sempre universal”, argumenta, embora estabelecendo as raízes em tempo e espaço definidos: associa a gênese da popularização da rabeca ao início dos anos 1990, e suas inspirações à infância compartilhada entre Olinda e a Zona da Mata pernambucana. “Baile de rabeca homenageia Nossa Senhora da Conceição, de quem sou devoto. Mas é dedicado aos meus avós. O casamento deles foi o verdadeiro baile de rabeca, minha inspiração”, esclarece Salu.

Serviço
Show de lançamento de Baile de rabeca, de Maciel Salú
Quando: Sábado (14), às 17h
Onde: Casa Astral (Rua Joaquim Xavier de Andrade, 104, Poço da Panela)
Quanto: R$ 15 (antecipado no Eventick) e R$ 20 (na bilheteria do local). O combo CD Baile de Rabeca %2b Ingresso custa R$30
Informações: 99606-7758 ou grao.pe@gmail.com

DEPOIMENTO
"Evoluímos. Em comparação aos anos 1990, a rabeca hoje tem mais espaço. Há mais bandas influenciadas pelo movimento de rabeca, além de haver muita gente produzindo o instrumento com propriedade. Surgiram novos artesãos de rabeca, novos músicos. Os anos 1990 serviram para popularizar o instrumento, com bandas como a Mestre Ambrósio e a Chão e chinelo"
Maciel Salu, músico

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